“A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda o consumo mínimo de 200 litros de leite por pessoa/ano, mas o mundo dispõe apenas de 111 litros por pessoa, 55% da demanda. Com a industrialização de países populosos, como a Ásia, teremos mercados para explorar, uma vez que a nossa capacidade de produção é elevada”, afirmou o secretário de Agricultura e da Pesca do Estado de Santa Catarina Airton Spies, durante a abertura do Interleite 2018, nesta quarta-feira (09), em Chapecó.

O evento, que é organizado pela AgriPoint, segue até esta quinta-feira (10), no Centro de Cultura e Eventos Plínio Arlindo de Nes, com uma programação de 23 palestras com profissionais de renome na cadeia produtiva do leite. Segundo Spies, o Sul do Brasil produz 38% do leite brasileiro e conquistar mercados é fundamental para expandir a produção e aproveitar o grande potencial da agricultura familiar.

O Brasil vem aumentando a sua produção cerca de 4% e nos estados do Sul em média 10% ao ano, mas atingimos um limite atendendo o consumo interno plenamente e os aumentos de produção serão majoritariamente destinados ao mercado internacional. “Para exportar precisamos de leite de alta qualidade, produzido a custo competitivo e também organizado em uma logística que seja capaz de atender contratos internacionais com regularidade e padronização. Por isso a cadeia produtiva do leite está fazendo o seu dever de casa para transformá-lo em mais um produto de exportação dos três estados do Sul”, reforçou o secretário.

Esse e outros debates acerca dos desafios e oportunidades da produção leiteira no Sul do País serão abordados durante o evento que é voltado para empresários, produtores rurais, técnicos, consultores, laticínios, membros do governo e pesquisadores envolvidos com políticas públicas para o leite, além de estudantes.

De acordo com o coordenador do Interleite Sul e fundador da AgriPoint, Marcelo Pereira de Carvalho, a iniciativa vem demonstrar o otimismo do setor leiteiro para este ano. Segundo Carvalho, um ponto a favor é a recuperação da demanda interna. “Os dados demonstram aumento de 2,6% no consumo de lácteos. Com isso, espera-se uma boa recuperação de preços ao longo de 2018, resultando em preços médios entre 3 e 7% mais elevados do que em 2017, mas com um padrão diferente. Vamos abordar questões importantes com profissionais renomados que, com certeza, serão importantes para o futuro da produção no Sul do País”.

COMPETITIVIDADE DA PRODUÇÃO

O primeiro painel do evento abordou o tema “Mercado e organização da cadeia do leite”. Glauco Rodrigues Carvalho, pesquisador da Embrapa Gado de Leite explanou sobre “A competitividade do leite brasileiro: o que não estamos olhando?”. O pesquisador observou que existem várias questões que o Brasil precisa evoluir.

“No leite somos deficitários na balança comercial. O preço é menos competitivo mundialmente e encoberta muitas ineficiências. Temos excelentes diferenciais, somos muito competitivos em milho e soja e em clima, por exemplo, mas precisamos avançar na gestão como fator de produção que é o diferencial que tem acontecido na agropecuária global. É necessário produzir mais por mão de obra, por área e por animal em lactação. Essas três questões são extremamente importantes para conseguirmos ser competitivos internacionalmente”, afirmou.

PROGRAMAÇÃO

A programação do evento segue nesta quinta-feira (10), a partir das 08h15. A “Assistência técnica visando o novo contexto da produção de leite no Sul do País” será o tema principal do painel 4. Jaime Eduardo Ries explicará “A visão e os resultados práticos da Emater/RS”. Paulo Tadatoshi Hiroki explanará sobre “A visão e os resultados práticos da Emater/PR”. Sobre “A visão e os resultados práticos da Epagri” quem comentará será Carlos Mader Fernandes. Herton Lima demonstrará “A visão e os resultados práticos do SENAR/RS”.

O painel 5 terá como foco “Mercado, tecnologia e futuro”. A primeira palestra será às 11h15 com João Pedro Bruno da Syngenta que explanará sobre “+ Produtividade + Qualidade de Silagem = + Leite”. Na sequência, Valter Galan, sócio da MilkPoint Mercado, falará sobre “Tendências para o mercado de leite em 2018”.

 A terceira palestra será com o sócio da AgriPoint e organizador do Interleite Sul 2018 Marcelo Pereira de Carvalho que abordará o tema “Produzir leite no futuro: as novas demandas e necessidade contínua de capacitação”. Após as explanações será aberto espaço para questionamento e debate com o público e, posterior, almoço e networking.

O painel 6 abordará “Economia da produção de leite”. Paulo Rafael Lemos Amaral, zootecnista da Cifra Leite de Uberlândia/MG, palestrará sobre “O que os melhores do leite estão conseguindo no Sudeste e Centro-oeste? Quais as razões desse sucesso?”. Na sequência, Wagner Beskow da Transpondo abordará o tema “O que os melhores do leite estão conseguindo no Sul do País? Quais as razões desse sucesso?”.

Serão apresentados cases de sucesso dos produtores rurais Renato Acker de Cândido Godoi (RS), Natieli Aparecida Presa Schleder de Chopinzinho (PR), Sedimar Zanquettin de São Lourenço do Oeste (SC) e de Gelso José Zanotto de Cascavel (PR).

REALIZAÇÃO

O evento é uma iniciativa da AgriPoint e tem como patrocinadores diamante a Lac Lélo, Piracanjuba e Syngenta. O patrocínio platina é da Ceva, Hipra – Referência em Prevenção na Saúde Animal, Lely, Orde Milk, Pioneer, Sementes Adriana e Vetoquinol. O apoio é da Mais Leite, Prefeitura de Chapecó, Grupo Apoiar, Viva Lácteos, Transpondo, Sindicato Rural de Chapecó, Udesc, Mundo do Leite, Intecsol, Balde Branco, Agro e Negócios, Chapecó e Região Convention Visitors Bureau e Emater/RS.

Fonte e foto: MB Comunicação Empresarial/Organizacional