O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) revisou de 2% para 1,5% a expectativa de crescimento para o Produto Interno Bruto (PIB) do setor agropecuário. De acordo com a Carta de Conjuntura divulgada nesta terça-feira (25), há expectativa de melhora nas estimativas para lavouras como as de soja, arroz, café e, especialmente, para o trigo, com aumento de 41% este ano.

No entanto, a pecuária aponta para queda de 2,8%. A produção de carne bovina, que deve ser 6,3% menor, em consequência da diminuição da oferta desde o começo do ano e da paralisação de alguns frigoríficos em meio a pandemia de Covid-19. Já a carne suína tem previsão de alta de 5,2% este ano, e a produção de ovos, 2,8%.

Na carta, o Ipea analisou também a mudança no padrão de consumo de alimentos, provocada pelo isolamento social, com o aumento da alimentação em casa e diminuição dos gastos fora do domicílio. Mas a expectativa é de reequilíbrio neste segundo semestre, devido à volta das atividades dos bares e restaurantes, além do aumento da ocupação no mercado de trabalho.

E mesmo com a maior incerteza econômica no cenário ainda influenciado pela pandemia, o Ipea prevê que o crédito rural manterá favorável as condições de juros, inadimplência e prazo para a próxima safra, em especial para o pequeno e médio produtor. O volume de crédito contratado em julho chegou a R$ 23,9 bilhões, o que representa aumento de 48,8% em relação a julho do ano passado.

Outra análise feita pelo Ipea se refere à balança comercial do setor, com as exportações aumentando 11% de janeiro a julho, em especial após a reabertura econômica da China, no final do primeiro trimestre, e a queda de 9% nas importações, em decorrência do menor consumo de alguns itens, por conta da pandemia.

Já para o ano que vem, a projeção é que o PIB agropecuário chegue a 3,2%, mesma porcentagem estimada para o crescimento da lavoura, com a produção de milho avançando 9,1% e a de soja 10,5%. Já o PIB da pecuária deve aumentar 5%, com perspectiva de recuperação em todos os segmentos, liderados pelo crescimento de 6,3% da carne bovina.

Fonte: Agência Brasil