Brasil caminha para novo recorde nas exportações em 2021, porém com atenção máxima à chegada da PSA nas Américas

As exportações brasileiras de carne suína atingiram 102,7 mil toneladas em julho, performance que supera em 2,2% o desempenho do mesmo mês de 2020 e receita 21,3% superior, com US$ 246,4 milhões. Os dados são da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) e indicam um novo ano de quebra de recordes. Desde janeiro, os embarques atingiram 665,4 mil toneladas, quase 15% acima do mesmo período do ano passado, e vendas de US$ 1,596 bilhão, 24,8% a mais do que os sete primeiros meses de 2020.

Os principais importadores de nossa proteína seguem sendo a China (348,4 mil toneladas), Chile (37,7 mil toneladas), Uruguai (25 mil toneladas), Angola (18,2 mil toneladas), Argentina (16,2 mil toneladas) e Filipinas (13,5 mil toneladas). “Os países da América do Sul têm buscado apoio em nosso setor produtivo para complementar a sua oferta interna, favorecendo a expectativa de um fechamento de ano em patamares de exportação novamente acima de um milhão de toneladas”, analisou com entusiasmo Ricardo Santin, presidente da ABPA.

Mas os agentes da cadeia produtiva no Brasil, que atuam com um rebanho de mais de 40 milhões de cabeças, estão em alerta máximo desde que a República Dominicana notificou casos da Peste Suína Africana (PSA) no país no fim do mês passado, após anos livre da doença. No Brasil, a última ocorrência da enfermidade foi em Pernambuco, em 1981, e as medidas aplicadas permitiram a erradicação da doença três anos depois. Desde 2018, a Peste se espalhou amplamente nos continentes asiático e europeu, afetando mais de 50 países. E atingiu as Américas em 29 de julho, exatamente no mesmo dia em que foi lançado o Plano Integrado de Vigilância de Doença de Suínos pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), na presença dos dirigentes da Associação Brasileira de Criadores de Suínos (ABCS).

O documento pretende fortalecer a capacidade de detecção precoce de casos de Peste Suína Clássica (PSC), Peste Suína Africana (PSA) e a Síndrome Reprodutiva e Respiratória dos Suínos (PRRS), bem como demonstrar a ausência das doenças nas granjas do país. “Toda a cadeia deve estar envolvida, pois é um compromisso de todos manter e melhorar a vigilância animal implantada no Brasil, protegendo a suinocultura nacional”, pregou Marcelo Lopes, presidente da ABCS. “A implantação e execução do Plano exige o compromisso, ações contínuas e conjuntas de responsabilidade dos setores público e privado”, convocou o diretor do Departamento de Saúde Animal, Geraldo Moraes. O chefe da Divisão de Sanidade dos Suídeos do MAPA, Guilherme Takeda, explicou que a suinocultura brasileira possui condição sanitária bastante favorável por ser considerada livre de doenças economicamente muito importantes que ocorrem em várias partes do mundo. “A manutenção desta condição sanitária no Brasil garante menores custos de produção e vantagem competitiva no acesso a mercados internacionais”, destacou.

O plano do MAPA revisa e redefine os componentes do sistema como vigilância sorológica baseada em risco, inspeções em estabelecimentos de criação, investigação dos casos suspeitos, inspeção em abatedouros e vigilância sorológica em suínos ‘asselvajados’.

Atenção semelhante aos alertas divulgados pelo Grupo Permanente de Especialistas ligado ao Sistema Mundial de Informação em Saúde Animal (OIE – WAHIS) e à Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO), que orienta os países para reforçar os controles de fronteira, bem como implementar as normas internacionais da OIE sobre PSA para mitigar o risco de introdução de doenças. Reconhecer o risco elevado, compartilhar informações e resultados de pesquisas com a comunidade veterinária global, pois será de importância crítica para desencadear medidas precoces que podem proteger as populações de suínos. Embora as Américas não estejam mais livres da PSA, o controle da disseminação da doença para novos países ainda é possível por meio de ações proativas, concretas e coordenadas de todas as partes interessadas regionais, incluindo os setores público e privado. Conseguir isso será fundamental para proteger a segurança alimentar e os meios de subsistência de algumas das populações mais vulneráveis.

PORKEXPO E 10º CONGRESSO INTERNACIONAL DE SUINOCULTURA

Dias 26 e 27 de outubro de 2022
Foz do Iguaçu (PR)
Recanto Cataratas Thermas Resort & Convention
Site oficial do evento: www.porkexpo.com.br
Fone: +1 (321) 987.0512
E-mail: flavia@porkexpo.com.br

Fonte: Assessoria de Imprensa