Rio Negro tem 12 mil hectares cultivados com soja. Apesar da importância econômica da lavoura, poucos produtores fazem o controle das perdas durante a colheita. Estima-se que os 600 agricultores do município percam até 2,5 sacas de soja por hectare, em média. Na última semana os técnicos do Instituto Emater acompanharam a avaliação de perdas em uma área do Colégio Agrícola de Rio Negro. Cerca de 60 estudantes do curso de Técnico Agrícola avaliaram o tamanho do prejuízo dos produtores e aprenderam a diminuir essa perda.

Para descobrir o volume de soja que é deixada no chão depois da colheita, os técnicos usaram o “copo medidor” que determina, de modo simples e eficiente, o tamanho das perdas por hectare. A tecnologia foi criada pela Embrapa Soja e é difundida para os agricultores pela Extensão Rural. Na área do colégio foi possível verificar que em cada hectare mais de 60 quilos de soja ficaram no chão.

De acordo com Camila Camargo, do Instituto Emater, provavelmente a principal causa dessas perdas foi a falta de ajuste da plataforma de corte. Com a iniciativa a extensionista espera que os alunos sejam estimulados a fazerem o monitoramento das perdas, bem como a regulagem das máquinas. O dia de campo foi realizado pelos extensionistas do Instituto Emater, Camila Camargo e Magnhnom Henrique Melo, em parceria com a Embrapa.

Pelos padrões internacionais a perda aceitável de perda durante a colheita é de até uma saca por hectare. Acima disso já se considera desperdício. No Brasil, há estimativas de perdas de duas ou mais sacas por hectare, em média, o que poderia ser facilmente evitado. A tecnologia desenvolvida pela Embrapa é capaz de estimar a quantidade de grãos que a colheitadeira não recolhe, cai no solo e acaba sendo desperdiçada.

Entre as medidas corretivas que devem ser adotadas, a Embrapa recomenda regulagens na máquina e mudanças de comportamento do operador da colhedora. Constatando uma perda muito grande durante a colheita, os produtores podem fazer ajustes em suas máquinas, aumentando sua eficiência. A velocidade de deslocamento da colheitadeira, por exemplo, influencia diretamente no tamanho das perdas.

A Embrapa recomenda um intervalo de velocidade entre 4 e 6,5 km/h para que o sistema de corte da plataforma de alimentação trabalhe com máxima eficiência e contribua para minimizar as perdas de grãos. Muitas vezes a pressa em concluir o trabalho acaba aumentando os prejuízos do produtor. Daí a importância de quantificar essas perdas durante a colheita, a tempo de corrigir a regulagem da colhedora e diminuir o prejuízo do agricultor.

Fonte: Emater/PR