O plantio de trigo caminha para seus momentos finais no Paraná, tendo atingido nesta semana 91% da área estimada, com os agricultores recebendo chuvas com bons olhos nesta quarta-feira, após mais de duas semanas de estiagem, informou o Departamento de Economia Rural (Deral).

Segundo o órgão, o avanço de apenas quatro pontos percentuais no plantio em relação à semana passada é normal para o atual momento do ano, em que resta apenas uma das principais regiões do Estado, o sul, em processo de semeadura.

Prevendo uma safra de 3,23 milhões de toneladas em 2019 para o Estado, maior produtor de trigo do Brasil, o Deral cita que a seca recente, que durou mais de 20 dias, começava a preocupar os produtores, mas chuvas na maior parte do Paraná nesta quarta-feira amenizaram as condições.

“O pessoal deve ter caprichado nos últimos dois dias antes dessa chuva, que já estava prevista e deve dar uma amenizada na seca”, disse Carlos Hugo Godinho, especialista em trigo do órgão. “95% das lavouras estão em condições boas, um valor indicativo de uma boa largada de safra.”

Apesar disso, um novo alerta se acende para os agricultores: com um avanço da floração do trigo de 3% para 6% na última semana, boa parte da produção passa a ficar suscetível a eventuais geadas, que não impactariam fortemente no momento.

“É um índice que deve crescer semana a semana, há previsão de frio para os próximos dias”, afirmou Godinho. “Não deve impactar muito por enquanto, mas o alerta fica ligado para as geadas.”

MILHO
Beneficiada pelo plantio antecipado nesta temporada, a colheita da segunda safra de milho no Paraná avançou 13 pontos percentuais na última semana, atingindo 34% da área prevista, de acordo com o Deral.

O órgão prevê uma desaceleração da colheita nos próximos dias, por conta das chuvas, mas a tem como algo natural.

“Até ontem a condição era favorável, mas a partir de hoje, com chuva nos próximos dias, provavelmente vai haver uma parada no avanço, uma evolução não tão grande em relação às últimas semanas”, disse Edmar Gervásio, analista de milho do Deral. “Mas é algo natural, que não impacta muito.”

Com a produção entrando na fase final de seu ciclo, o Deral acredita que não haverá retração de produtividade, mas menciona uma possível queda na qualidade dos grãos, em função de chuvas.

A instituição prevê que a “safrinha” do milho atinja produção de 13,46 milhões de toneladas na temporada 2018/16.

Fonte: Reuters