A SRP-Sociedade Rural do Paraná não acredita que a suspensão da vacinação contra a febre aftosa no Estado se dê em curto espaço de tempo. Auditoria realizada pelo Ministério da Agricultura,  Pecuária e Abastecimento (Mapa) apontou alguns pontos a serem ajustados para que haja a antecipação, sendo a estruturação dos postos fixos de entrada e saída de animais nas divisas do estado, bem como o controle de trânsito, pois o PR terá que garantir que os animais e seus produtos e subprodutos estão sendo fiscalizados. O Estado precisará ter maior controle e vigilância quando não houver mais a proteção da vacinação.

“São pontos que necessitam de investimentos. Temos que aguardar para ver como o próximo governo vai trabalhar com este tema, mas nós continuamos contrários e mobilizados para impedir que isso ocorra”, disse o presidente da SRP, Antonio Sampaio. Ele lembrou que a SRP, junto com outras cerca de 40 entidades, entregou documento a todos os candidatos ao governo do Estado, inclusive Ratinho Jr., eleito governador no último domingo (7 de outubro), apontando todos os motivos que levam essas entidades a serem contrárias à  liberação antecipada do Paraná como Estado Livre de Febre Aftosa sem Vacinação, em desconformidade com o Calendário Nacional estabelecido pelo Mapa.

Entre as razões apontadas no documento estão que o fim da vacinação antes da data considerada segura pelo Mapa traz riscos à sanidade do rebanho paranaense e tão pouco é viável economicamente para o Estado. A preocupação dos segmentos que representam a cadeia produtiva de bovinos respalda-se em números e dados significativos, que apontam que os setores produtivos poderão ser profundamente afetados.

O primeiro ponto a ser observado é o isolamento do Estado do Paraná em relação a outras unidades da federação com o fechamento das fronteiras para animais provenientes de outras regiões, sejam para atividades de recria, engorda, abate ou eventos como exposições agropecuárias, rodeios, leilões, entre outros, que ajudam a movimentar a economia de mais de 50 municípios paranaenses, onde acontecem anualmente.

Outro aspecto levantado pelas entidades é que a produção bovina paranaense é insuficiente para atender a demanda de abate das indústrias frigoríficas instaladas no Estado, as quais dependem em grande parte de animais provenientes de outras regiões do País. “É certo que, sem a entrada desses animais essas indústrias ficarão sub-utilizadas, com redução do abate e fechamento de postos de trabalho, consequência grave para um País que busca retomar o crescimento econômico e diminuir o desemprego”, aponta o documento.

O Paraná deverá receber ainda este mês o relatório das inconformidades encontradas em duas auditorias realizadas ao longo deste ano. Caso as inconformidades sejam sanadas rapidamente e o ministério aceite as correções providenciadas, o estado será autorizado a começar a retirada da vacinação em sete meses, juntamente com o Acre, Rondônia, parte do Amazonas e de Mato Grosso, estados que fazem parte do chamado bloco 1 do Programa Nacional de Erradicação e Prevenção da Febre Aftosa (PNEFA). Atualmente o PR, que tem rebanho de 9,5 milhões de bovinos, faz parte do bloco 5 do PNEFA, cuja retirada da vacina está prevista para 2021.

Fonte: Sociedade Rural do Paraná