As cotações da soja tiveram nesta quarta-feira (27.06) um dia de comportamentos mistos no mercado físico brasileiro, influenciadas pelas altas do Dólar (2,84%) e estagnação da Bolsa de Chicago (1,56%). De acordo com os índices do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), apurados junto aos diversos participantes do mercado, em média os preços subiram 1,82% nos portos e 0,81% no interior do País.

Segundo o analista Luiz Fernando Pacheco, da T&F Consultoria Agroeconômica, foi uma reação apenas de “acomodação em relação à moeda, nada relacionado à oferta e demanda do mercado”. Para ele, as negociações continuam andando mais lentamente do que de costume pela indefinição dos fretes (no mercado interno) e à expectativa do anúncio do USDA, na próxima sexta-feira (29.06), sobre a área plantada e os estoques nos EUA.

“Estes dois fatores, quando resolvidos, poderão inverter as atuais tendências do mercado, por isso, tanto os exportadores, como as indústrias, estão usando apenas os seus estoques físicos ou contratuais para continuar funcionando, à espera das respectivas definições, sem fazer novas aquisições”, diz Pacheco.

O especialista chama a atenção ainda para os ainda excelentes lucros apresentados pelos preços atuais da soja, registrando percentuais próximos de 50% no PR e em SP, próximos de 40% em MG e SC, próximos a 30% no RS,MS, BA, TO e MA. “Com relação a expectativa de altas futuras, ninguém sabe, mas, é preciso registrar que os EUA estão perdendo importantes fontes de demanda na China, México, Canadá e Europa, através das disputas comerciais com estas regiões mundiais. E o dólar já subiu muito e cada vez que atinge R$ 3,80 o Banco Central pressiona a queda, de modo que por este lado também é difícil vir alta na soja”, conclui.

Fonte: Agrolink-Leonardo Gottems