Lideranças já apontam prejuízos devido à disparada dos custos com a alimentação dos animais e o baixo preço de venda dos lotes para os frigoríficos

Nesta quinta-feira (13) os suinocultores que comercializam os animais no mercado independente viram mais uma vez o preço despencar no mercado, o que torna o cenário da atividade ainda mais complicado devido à alta nos preços do milho e farelo de soja. Lideranças apontam o mercado interno truncado e excesso de oferta como ingredientes que compõem a baixa nos preços, já que as exportações estão em bom ritmo.

Em São Paulo, segundo o presidente da Associação Paulista de Criadores de Suínos (APCS), Valdomiro Ferreira, após duas semanas consecutivas sem acordo entre produtores e frigoríficos, esta semana o acerto fez o preço baixar de R$ 7,73/kg vivo para R$ 6,40/kg vivo.

“Basicamente o que levou a esse preço é que algumas indústrias do sul do país estão ofertando o animal abatido já com preço reduzido para a semana que vem. Como as nossas comercializações são para início da entrega na segunda-feira, não nos restou alternativa senão baixar o preço”, disse.

De forma semelhante, Minas Gerais também havia ficado duas semanas sem estabelecer acordo entre frigoríficos e suinocultores, mas nesta quinta, os animais passaram de R$ 8,00/kg para R$ 6,30/kg.

O consultor de mercado da Associação dos Suinocultores do Estado de Minas Gerais (Asemg), Alvimar Jalles, pontua que “uma combinação de preços elevadíssimos de milho, com suíno vivo abaixo do custo de produção está na origem do aumento de oferta de animais para abate a nível Brasil. Há uma corrida para vender”.

A negociação em Santa Catarina nesta quinta-feira também resultou em baixa, passando de R$ 8,00/kg vivo para R$ 6,80/kg. Segundo o presidente da Associação Catarinense de Criadores de Suínos (ACCS), Losivanio de Lorenzi, explica que o excesso de oferta de animais para abate está travando o mercado.

“Acredito que o consumo também esteja sendo prejudicado, já que houve um aumento para o consumidor em novembro do ano passado, quando o animal era vendido a R$ 10,00 o quilo, mas não baixou mais. Entretanto, na ponta produtora, caiu demais”, disse.

Considerando a média semanal (entre os dias 06/05/2021 a 12/05/2021), o indicador do preço do quilo do suíno do Laboratório de Pesquisas Econômicas em Suinocultura (Lapesui) da Universidade Federal do Paraná (UFPR) teve queda de 4,52%, fechando a semana em R$ 7,01.

No caso do mercado gaúcho, que negocia os animais no mercado independente às sextas-feiras, a expectativa também é de queda para amanhã (14). O presidente da Associação de Criadores de Suínos do Rio Grande do Sul (Acsurs), Valdeci Folador, explica que na última sexta (7) o preço já caiu de R$ 7,56/kg para R$ 7,40/kg vivo, e deve diminuir mais ainda em função do mercado truncado e das quedas registradas em outros Estados produtores.

Fonte: Notícias Agrícolas com adaptações Suino.com