Lideranças apontam excesso de oferta no mercado, impulsionada por um “efeito dominó” de temor dos produtores de que o preço do milho não ceda nem com a entrada da safrinha

Em mais uma semana de retração nos preços dos suínos comercializados no mercado independente, os patamares atingidos frente aos valores do milho e do farelo de soja atingiram níveis críticos em algumas praças. O movimento de queda se dá, segundo lideranças, pelo excesso de oferta de animais no mercado.

Em São Paulo, segundo o presidente da Associação Paulista de Criadores de Suínos (APCS), Valdomiro Ferreira, o preço do animal passou de R$ 6,40/kg vivo para R$ 5,33/kg vivo.

“É o fundo do poço. Com a arroba suína a R$ 100,00 e a saca de milho a R$ 102,72, a relação de troca não permite que uma arroba suína compre uma saca inteira de milho (compra 0,98, quando o ideal é 2,5). Isso é algo inédito, e se perdurar por mais algumas semanas, vai inviabilizar a atividade”, afirmou.

Na quinta-feira (20), o mercado mineiro também registrou recuo no valor do animal, saindo de R$ 6,30/kg vivo para R$ 5,50/kg vivo, segundo o consultor de mercado da Associação dos Suinocultores do Estado de Minas Gerais, (Asemg), Alvimar Jalles.

“O valor do suíno em Minas foi balizado pelo patamar de preços da carcaça a nível Brasil.
Preços são determinados regionalmente pela oferta e procura no país como um todo. O nível de concorrência é um sintoma do desequilíbrio”, disse.

O dia também foi de baixa para o mercado de Santa Catarina, registrando redução de R$ 6,80/kg vivo para R$ 6,30/kg vivo. Segundo informações da Associação Catarinense de Criadores de Suínos (ACCS), a situação é preocupante, uma vez que o setor aguarda medidas de apoio do Governo Federal para a facilitação de compras de insumos desde o final de 2020 e ainda não foi atendido.

Considerando a média semanal (entre os dias 13/05/2021 a 19/05/2021), o indicador do preço do quilo do suíno do Laboratório de Pesquisas Econômicas em Suinocultura (Lapesui) da Universidade Federal do Paraná (UFPR) teve queda de 6,17%, fechando a semana em R$ 6,58.

“Espera-se que na próxima semana o preço do suíno vivo apresente queda, podendo ser cotado a R$ 6,27”, informou o reporte do Lapesui.

Para o mercado gaúcho, que negocia os animais no mercado independente às sextas-feiras, a previsão é que esta (21) seja de mais quedas. Na sexta-feira passada (14), o valor caiu de R$ 7,40/kg vivo para R$ 7,03/kg vivo, de acordo com o presidente da Associação de Criadores de Suínos do Rio Grande do Sul (Acsurs), Valdeci Folador.

“O problema é que os frigoríficos não querem elevar os preços porque dizem que não vende lá na ponta final. Está difícil”, contou.

Fonte: Notícias Agrícolas com adaptação Suino.com