Houve quedas acentuadas em todos os estados produtores. Nos três principais produtores e exportadores, foram menores

Os preços do suíno vivo no mercado independente despencaram até 20% na segunda quinzena de janeiro, de acordo com dados das bolsas regionais. As maiores baixas ocorreram em Minas Gerais e Goiás, que adotam a mesma cotação, onde o suíno chegou a R$ 6 o quilo. No dia 11 de janeiro o preço era R$ 7,50.

Houve quedas acentuadas em todos os estados produtores. Nos três principais produtores e exportadores, no entanto, os percentuais foram menores. É o caso do Rio Grande do Sul, onde o animal vivo custava R$ 7,74 em 11 de janeiro e que agora tem a cotação de R$ 7,29 – portanto, retração de 5,8%.

Em Santa Catarina, maior produtor brasileiro, a queda no preço do suíno vivo foi de 8,04%. A cotação era R$ 8,08 e agora passou a R$ 7,43. No Paraná, houve retração de 11,2%, com o quilo do animal vivo a R$ 6,50, ante o valor de R$ 7,32 da primeira quinzena. Quanto isso, no Mato Grosso, o suíno passou de R$ 6,10 para R$ 5,44 – redução de 10,8%.

No Distrito Federal, cotação pela bolsa de suínos era de R$ 7,35 e agora é R$ 6,10, o que representa queda de 17%. No estado de São Paulo, a cotação do animal vivo passou de R$ 8,53 a R$ 7,20, uma retração de 15,6%. Confira aqui todos os valores nos últimos meses.

Enfraquecimento dos mercados

A forte retração no mercado suinícola se deve ao enfraquecimento dos mercados interno e externo, avalia o presidente da Associação Paulista dos Criadores de Suínos (APCS), Valdomiro Ferreira Júnior. “No interno poder aquisitivo do brasileiro, no externo a queda nas exportações da China. Os dois fundamentos são os responsáveis diretos pela queda acentuada”, diz.
O representante dos suinocultores paulistas aponta que 2021 começa com grandes perdas ao suinocultor. O milho, responsável pelo maior percentual no custo de produção, atingiu valores no mês de janeiro “jamais vistos”.

Na região de Campinas/SP, o produtor pagou até R$ 89,00/saca de 60 quilos. “Isso comprometeu a relação de troca, entre arroba suína e saca de milho. O ideal para o suinocultor a cada arroba vendida ele possa comprar 2,5 sacas de milho. Nesse momento, ele adquire apenas 1,12, uma das piores relações na história do setor”, calcula.

“Iniciamos o ano de 2.020 praticando preços condições bolsa na região de Campinas em média de R$ 120,00/@ = R$ 6,40/Kg vivo. Fechamos o ano praticando preços em R$ 135,00/@ = R$ 7,20/Kg vivo. Ocorreu no meio do mês de novembro o ápice de preço chegando a R$ 185,00/@ = R$ 9,87/Kg vivo”, lembra Ferreira Jr.

Ele recomenda diante das atuais circunstâncias que os suinocultores paulistas e brasileiros atuem com cautela. “Foco no custo de produção e acompanhar muito de perto as questões externas, em especial, o comportamento da China e dos Estados Unidos”, avalia. Segundo ele, o momento exige, mais do que nunca, atenção especial às questões sanitárias do rebanho. “Protegê-lo significa manter ativo o maior patrimônio de uma granja, ou seja, seu plantel genético”, conclui.

Fonte: Suinocultura Industrial com adaptações Suino.com