A avicultura tem potencial para alimentar 800 milhões de pessoas em todo o mundo que não têm acesso a outras carnes e precisam da proteína mais barata e de qualidade. Dos 95 milhões de trabalhadores brasileiros, 19 milhões estão no agronegócio. Grandes números como esses deram o tom da palestra do presidente da Associação Catarinense de Avicultura (Acav), José Antônio Ribas Júnior. Ele falou para um auditório lotado no 12º Simpósio Técnico de Incubação, Matrizes de Corte e Nutrição, nesta terça-feira (25) em Florianópolis.

Ribas exaltou o setor, que chamou de “patrimônio nacional”, e também analisou o o segmento como um todo, destacando alguns pontos a serem mais bem observados. Incialmente, comparou o setor de aves ao automobilístico, que mesmo diante dos grandes escândalos recentes – que incluíram a prisão de dirigentes de companhias – não foi tão abalado quanto foi a avicultura em relação à Operação Carne Fraca. “Nós, com um evento relativamente menor, tivemos um embate violento e perdemos 20% da capacidade de abate no último ano”. Para Ribas, o segmento deve se comunicar melhor com a sociedade.

O presidente também recorreu à comparação com o setor de automóveis para demonstrar o quanto a agroindústria pode evoluir na articulação política. De acordo com ele, as três maiores agroindústrias de aves e suínos do País empregam, juntas, quatro vezes mais que todo o setor automotivo brasileiro. No entanto, afirmou, o segmento automobilístico tem muito mais força nas negociações junto ao governo. Na avaliação de Ribas, a avicultura brasileira precisa entender melhor sua força, usar os números a seu favor e se estruturar melhor como setor. “Em qualquer cidade de até 20 mil habitantes, um alojamento com 30 mil aves certamente gera mais receita que qualquer estabelecimento da área urbana”, exemplificou.

A melhoria contínua da gestão foi outro ponto comentado pelo presidente da Acav. “Gestão é muito mais que discutir quantos ovos aquela galinha dá”. Ribas também falou a respeito da importância de se pensar na qualidade do produto e das pessoas envolvidas no negócio.  “O nosso diferencial é gente. É preciso valorizar os cabelos brancos. Na agroindústria, a cadeia é longa e cabelo branco faz diferença”.

Fonte: Associação Catarinense de Avicultura (Acav)