O relatório “Dairy Quarterly Q4 2018” do Rabobank destaca a desaceleração global do volume de leite nos maiores países produtores no ano que passou e a tendência de que esse cenário se mantenha em 2019. Ainda conforme o banco, a produção do terceiro trimestre de 2018 foi apenas 0,8% maior do que no mesmo período de 2017, e os números do quarto trimestre também sugerem um aumento modesto. A informação foi divulgada pelo site Feed Stuffs.

“Os efeitos prolongados do clima impactaram severamente a produção de leite australiana e estagnaram o crescimento europeu, com a qualidade e a quantidade de alimentos afetados no segundo semestre de 2018”, observou Emma Higgins, analista do Rabobank. Também espera-se um crescimento menor para os Estados Unidos, o mais baixo desde 2013, acrescentou.

Outras regiões estão mostrando tendências opostas, observou o relatório, com o Brasil registrando crescimento no terceiro trimestre de 2018 como “resultado de custos de alimentação moderados e preços do leite lucrativos”. A Argentina também superou os custos inflacionários da produção de leite e continua recuperando-se dos baixos volumes dos últimos dois anos. Higgins disse que a estrela continua a ser a Nova Zelândia, estabelecendo um novo recorde para a produção de leite no mês de outubro.

Mesmo com resultados mistos, Higgins salienta que a produção dos chamados “Big Seven” no quarto trimestre de 2018 registraram um aumento de apenas 0,6%, o menor desde 2016.

De acordo com Higgins, o ambiente para a expansão da produção é desafiador. “Os rebanhos continuam encolhendo na Austrália, Europa e Estados Unidos, seja para mitigar os custos crescentes e/ou superar os preços decadentes do leite na fazenda – características que continuarão até o primeiro semestre de 2019”, disse.

Mesmo os laticínios da Nova Zelândia estão enfrentando uma competição mais forte por outros usos da terra, disse Higgins, acrescentando que as restrições de recursos irão erguer barreiras ao crescimento em 2020.

O Rabobank espera que a produção de leite reduza no primeiro semestre de 2019, acrescentando que, embora a produção de leite suba no segundo semestre, “será apenas com taxas de crescimento modestas”.

Equipe Suino.com

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