Peixe BR aposta na liderança mundial em 20 anos

A produção brasileira de peixes de cultivo avança a cada dia. Segundo levantamento da Associação Brasileira da Piscicultura (Peixe BR), em 2000 o país produzia menos de 200 mil toneladas de tilápia, peixes nativos e outras espécies e não participava do mercado internacional. Em 2020 foram mais de 800 mil toneladas e exportações consolidadas para vários destinos.

Só no ano passado as exportações da piscicultura apresentaram aumento de 8%, passando 6.201 t para 6.680 toneladas. O faturamento cresceu 4,4% e atingiu US$ 11,7 milhões. Somente os filés de tilápia frescos ou refrigerados brasileira totalizaram US$ 5,2 milhões. Os peixes brasileiros seguiram para destinos como Estados Unidos, Chile, China, Peru e Japão.

Prova desse crescimento é que no período de 2000 a 2020, a avicultura cresceu 174%, a suinocultura avançou 72% e a pecuária de corte saltou 53%. Já a piscicultura está praticamente quatro vezes maior.

Segundo a Peixe BR o cenário deve se manter positivo pelas próximas décadas, com expansão da piscicultura. Em diferentes regiões, há projetos de aumento da capacidade de produção. Um fator importante é a liberação de 73 áreas de águas da União para a atividade.

“Numa outra ponta, trata-se de um alimento extremamente saudável e o consumo interno é baixo. Sem dizer que as potencialidades de exportação são elevadas e as condições do Brasil, ideais para os peixes de cultivo”, destaca o Anuário da Piscicultura 2021.

Para crescer, a piscicultura brasileira precisa investir no aumento da produtividade. Para isso, é essencial o uso de modernas tecnologias, que impulsionem a eficiência, a redução de custos e a agilidade dos processos. Além disso, a atividade segue os passos das demais atividades, com destaque para avicultura e suinocultura, que utilizam o modelo de integração – associação de pequenos produtores com uso de insumos fornecidos pela agroindústria ou cooperativa.

“Em 20 anos, o Brasil será o maior produtor mundial de peixes de cultivo, com a liderança da tilápia”, diz Francisco Medeiros, presidente da Peixe BR. “A hora de atrair investimentos é agora”, complementa.

Um bom sinal é que no país a tilápia, principal espécie cultivada, cresce acima dos outros países produtores. Segundo a FAO, organização da ONU para alimentação, a produção mundial avança 2%, superando a barreira dos 6,2 milhões de toneladas por ano. O Brasil mantém-se na 4ª posição entre os maiores produtores, com cerca de 486 mil toneladas (dados de 2020). A China está na liderança, seguida pela Indonésia e Egito. A produção brasileira representa cerca de 50% da egípcia.

Fonte: Agrolink