O Mato Grosso é o maior exportador de carne bovina in natura. Em faturamento, no acumulado de janeiro a agosto, representou 21,9% da exportação – US$1,05 bilhão de US$4,81 bilhões (Comex¹).

O estado não foi o maior exportador somente neste intervalo de ano. Em 2019, representou 21,3% do faturamento obtido com a exportação, gerando uma receita de US$1,40 bilhão, e encerrando o ano na primeira colocação(Comex¹).

Por que falar da pecuária do Mato Grosso

É fundamental discorrer sobre os números gerados pelo estado mato grossense e como ele influencia não só a pecuária brasileira, mas também, a global.

Sua grande participação na pecuária nacional aumenta a preocupação a respeito da sustentabilidade das produções agropecuárias no estado, em função do rico bioma.

Ao longo do século XXI o aumento da discussão sobre sustentabilidade, pouco abordados até a virada do século, tornaram-se recorrentes principalmente quando o assunto é boi.

Como era e como é

Há 40 anos o rebanho de bovinos no país não chegava à metade do rebanho atual (Embrapa²). Pastagens degradadas e questões sanitárias que impediam a exportação marcavam o cenário pecuário naquele tempo.

A evolução do Mato Grosso acompanhou a evolução da pecuária nacional. Nos últimos 20 anos o rebanho de bovinos no estado cresceu de 17 milhões para 30,2 milhões de cabeças e a produção de carne aumentou expressivamente, de 0,9 milhão de toneladas para 1,2 milhão de toneladas, uma variação positiva de 33,3% (Imac³).

Sustentabilidade

É, exatamente neste ponto, que entra na pauta a sustentabilidade e sua associação à produtividade. Este aumento da produção não está diretamente correlacionado ao aumento de área, mas à melhora na produtividade.

Em 2016 a taxa de lotação dos pastos estava estimada em 0,84UA/ha, considerada baixa pelos sistemas tecnológicos. Porém, de 2006 a 2016 a taxa de lotação aumentou 23,4%. Houve uma redução de área de 10,3% e um aumento do rebanho em 9,5% (Imea4).

Conclusão

É importante salientar que um estado que abateu 5,5 milhões de cabeças em 2019 e ainda mantém 60% do seu território em matas nativas deve ser reconhecido como referência de sustentabilidade e que, produzir mais, não quer dizer desmatar mais.

Bibliografia consultada

1. Ministério da Economia – Produtividade e Comércio Exterior (Comex).

2. Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa).

3. Instituto Mato-Grossense de Carne (Imac).

4. Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea).

Por Rodrigo Tannus de Queiroz

Fonte: Scot consultoria