Embora muitas vezes negligenciado, o número de partos de matrizes suínas dentro de um sistema intensivo de produção é crucial para garantir sua rentabilidade (Antunes, 2017). Uma fêmea suína precisa produzir, em média, quatro partos para amortizar seus custos de aquisição e nutrição (Lucia et al. 2000; Pinilla; Lecznieski, 2010). Obviamente, plantéis altamente produtivos podem amortizar o capital investido nas fêmeas mais rapidamente, no entanto, 30% das matrizes do rebanho brasileiro produzem apenas uma leitegada e cerca de 40 – 60% são removidas antes do terceiro parto (Ulguim et al., 2013). Além disso, a alta taxa de reposição de matrizes gera prejuízos à produtividade do sistema produtivo por concentrar muitos partos de fêmeas primíparas e de segundo parto que são fêmeas menos produtivas. A situação é ainda mais grave quando se considera o aumento significativo na taxa de mortalidade, reportado na última década nos principais países produtores de suínos, incluindo Brasil e Estados Unidos. O excesso de mortalidade pode aumentar a retenção de fêmeas que poderiam ser descartadas por baixa produtividade ou outras afecções e/ou aumentar a taxa de reposição, levando uma queda ainda maior da produtividade e do status imunológico do plantel.

Os problemas reprodutivos são a causa mais comuns de descarte precoce de fêmeas suínas (Iida et al., 2019; Ross, 2019). Dentre os principais problemas reprodutivos destacam-se: anestro, retorno ao cio, descarga vulvar, complicações no parto e prolapso de órgãos pélvicos (Estalder et al., 2004; Ross, 2019). Os prolapsos de órgãos pélvicos incluem prolapsos uterino, vaginal e/ou retal. De maneira similar ao que ocorreu com a taxa de mortalidade, a ocorrência de prolapsos em matrizes também aumentou significativamente nos últimos anos, passando a ser uma das principais causas de morte e/ou descarte de matrizes em diversas granjas pelo mundo. O período de maior susceptibilidade das fêmeas suínas para os prolapsos de órgão pélvicos é no periparto. No entanto, a etiologia desses prolapsos ainda é desconhecida (Pittman, 2017; Supakorn et al., 2017; Ross, 2019). Diversos fatores de risco para ocorrência dos prolapsos têm sido descritos. Embora os fatores de risco possam variar de acordo com o tipo de prolapso, várias causas potencialmente desencadeadoras de prolapsos foram descritas, demonstrando ser uma síndrome multifatorial. Os fatores relacionados a ocorrência dos prolapsos podem estar associados a características individuais das fêmeas ou podem ser fatores relacionados a manejo, ambiente, nutrição e/ou higiene.

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Fonte: Agroceres Multimix