O Rabobank elevou suas expectativas de inflação do Brasil tanto para 2021 quanto para 2022, uma vez que pressões persistentes no lado da oferta devem continuar impulsionando os preços na economia.

O banco agora projeta a alta do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em 7,8% ao final deste ano, ante estimativa anterior de 7,1%. Para 2022, o avanço deve ser de 3,7%, contra 3,5% antes, disse o Rabobank em relatório semanal.

“Ainda vemos o atraso no mercado de trabalho limitando pressões influenciadas pela demanda, mas a inflação de custos está se provando persistentemente alta”, informou o relatório, acrescentando que há vários sinais de que alguns dos choques no lado da oferta estão demorando para desaparecer.

O documento apontou como fatores de atenção os preços das commodities na moeda local e disrupções em algumas cadeias de produção devido à falta de insumos importados e às condições climáticas adversas, citando a seca e o frio intenso vistos recentemente em algumas regiões do país.

No front da demanda, “a atividade econômica tem se recuperado mais rápido do que o esperado, levando o hiato do Produto Interno Bruto (PIB) a recuar mais cedo do que o pensado anteriormente”, disse o Rabobank.

As novas projeções do banco passaram a incorporar contas de energia mais altas. A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) informou na sexta-feira que a conta de luz dos brasileiros permanecerá em setembro com a bandeira tarifária vermelha patamar 2, mas ainda não definiu o valor para a bandeira.

Falando sobre 2022, o Rabobank disse que a “evolução da inflação atual nos próximos meses será chave para monitorar o quão intensamente a inércia se espalhará para o ano que vem e demandar uma outra revisão” das expectativas para a alta dos preços.

O centro da meta oficial do Banco Central para a inflação em 2021 é de 3,75% e, para 2022, é de 3,50%, sempre com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou menos.

Fonte: Reuters