Os três estados do Sul querem ampliar os mercados para o leite produzido na região, com foco na exportação. Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul produzem 38% do leite brasileiro e a intenção é que o produto conquiste também o mercado externo. Para tratar de desafios e oportunidades para a exportação de leite, os secretários da Agricultura dos estados do Sul estarão reunidos nesta terça-feira, 8, em Chapecó. A reunião da Aliança Láctea Sul Brasileira será às 14h, no auditório do Holiday & Business Hotel.

Os membros da Aliança Láctea acreditam que a região Sul é capaz de produzir o leite mais competitivo do mundo. Para isso, o setor deve passar por uma grande transformação, principalmente, na organização logística da cadeia produtiva e na redução de custos de produção.

Segundo o secretário da Agricultura de Santa Catarina, Airton Spies, a produção de leite é a atividade agropecuária que tem os maiores ganhos a incorporar. “Esse é o setor onde as coisas vão mudar muito e para melhor nos próximos anos, é o setor em que o ponteiro mais vai se mexer, em termos de modernização, com aumento de eficiência e produtividade”, ressalta.

Para ser competitivo, é necessário que o leite produzido tenha simultaneamente três atributos: produto de alta qualidade, produzido a custo baixo e uma cadeia produtiva com logística eficiente. De acordo com Spies, esse é o tripé que sustenta qualquer atividade econômica sob regras de livre mercado. “Aqui temos muitas vantagens comparativas que podem ser transformadas em vantagens competitivas. Temos mais sol, mais chuva, solos férteis e um clima favorável para ocorrer fotossíntese e produzir biomassa, que é o alimento básico das vacas durante os doze meses do ano. Além disso, temos ainda a valorosa capacidade de trabalho dos agricultores familiares, que já têm muita tradição e habilidades na lida com os animais”.

Com a meta de transformar a região Sul em exportadora de leite, os membros da Aliança Láctea se unem para resolver os problemas comuns e aproveitar as oportunidades para o setor. Em Santa Catarina, único Estado brasileiro livre de febre aftosa sem vacinação, os principais desafios citados pela entidade são: controlar a brucelose e tuberculose e organizar a produção com adoção de tecnologia de ponta para reduzir os custos e competir com os preços internacionais de lácteos.

Leite na Região Sul

Os três estados do Sul produziram 12,8 bilhões de litros de leite em 2017 – 38% do total produzido no país. E as expectativas são de que até 2025 a região produza mais da metade de todo leite brasileiro.

A região formada pelo Sudoeste do Paraná, Oeste Catarinense e Noroeste do Rio Grande do Sul pode ser chamada de a “Nova Meca” do leite no Brasil já que apresenta o maior crescimento na produção e é também onde as indústrias de lacticínios têm feito os maiores investimentos nos últimos 10 anos.

Em Santa Catarina, o leite já é a atividade agropecuária com o maior crescimento. Envolvendo 45 mil produtores em todo o Estado, a produção girou em torno de 3,4 bilhões de litros em 2017 – um incremento de 8% em relação a ano anterior. Os números consolidaram o estado como o quarto maior produtor de leite do país.

Fonte: Secretaria de Estado da Agricultura e da Pesca