O risco de adquirir resistência antimicrobiana (AMR ou RAM no Brasil) – infecções bacterianas relacionadas – é muito baixo ao consumir carne suína e de frango, desde que sejam manipulados higienicamente e cozidos, revelou novo relatório da Public Health England. A informação é do Global Meat News.

O relatório ‘Estudo de Vigilância da Resistência Antimicrobiana em Bactérias Isoladas de Frangos e Suínos no Reino Unido’ revelou que a RAM foi detectada numa proporção de todos os tipos de bactérias examinadas, com a resistência às drogas clinicamente mais prevalentes em frangos e suínos.

O estudo de vigilância foi realizado durante um período de dois meses para determinar a prevalência de RAM em bactérias isoladas de frango cru/congelado (inteiro ou porções) e cortes de carne suína fresca. Entre o início de setembro e o final de outubro de 2017, 339 amostras de frango cru (inteiro ou porções) e 342 amostras de carne suína crua comercializadas na Inglaterra, País de Gales, Escócia e Irlanda foram recolhidos. As amostras incluíam tanto carnes domésticas quanto importadas.

Os produtos foram testados para Escherichia coli (incluindo E.coli produtora de ESBL), Klebsiella e Enterococci, bem como Campylobacter no caso de amostras de frango e Salmonella em carne suína.

A Salmonella só foi detectada em cinco das 342 (1,5%) das amostras de carne moída de porco. Quatro das amostras positivas, originárias da mesma indústria, eram resistentes à ampicilina e à tetraciclina, e um a cloranfenicol.

Campylobacter foi detectado em 85 dos 339 (25%) de todas as amostras de frango (frescas e congeladas). Em geral, metade dos isolados de Campylobacter eram resistentes à ciproxacina (40,6%) e ácido nalidíxico (46,5%), enquanto 61,4% apresentaram resistência à tetraciclina.

E.coli foi detectada com mais frequência em amostras de frango (165 dos 339; 49%) do que em carne suína (35 doS 342; 10%).

Enterococos foram isolados mais frequentemente em amostras de frango (180/339; 53%) do que de carne suína (103/342; 30%). Nos 298 isolados testados, a resistência foi rara, com apenas três (1%) exibindo resistência à vancomicina e um (0,3%) mostrando resistência à teicoplanina.

As espécies de Klebsiella foram detectadas com maior freqüência em carne suína (127 das 342; 37%) que as aves (22 de 339; 6,5%). Dos 85 isolados de Klebsiella examinados, as taxas de resistência foram menores do que as observadas em E.coli, com exceção da ampicilina, à qual as espécies de Klebsiella são intrinsecamente resistentes.

Conclusão

O relatório concluiu: “O risco de adquirir infecções bacterianas relacionadas com RAM destes alimentos é muito baixo desde que sejam cozidos e manipulados higienicamente”.

O estudo foi realizado depois que a Food Standards Agency identificou resistência antimicrobiana (RAM) em Campylobacter de frangos e Salmonella em carne suína como prioridade de vigilância após a sistemática da RAM publicada em 2016 (Food Standards Agency, 2016).

 

FONTE: Equipe Suino.com

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