Segundo reportagem do Financial Times, a China tem menos de 100.000 toneladas de reservas restantes de carne suína, diz a economista-chefe da Enodo, Diana Choyleva. “Nesse ritmo, dentro de dois a três meses eles estarão sem estoques”, acrescentou ela. Os números corroboram os comentários do adido agrícola dos EUA em Pequim em um relatório recente sobre pecuária na China, que observou que “as reservas de carne suína podem se esgotar no terceiro trimestre de 2020”.

O país relatou seu primeiro caso de peste suína africana em 2018, dizimando uma grande parcela de seu rebanho. Em resposta, a China vem importando grandes volumes de carne e vendendo suas reservas no mercado interno para tentar conter os preços. As reservas de carne suína atuam para estabilizar os preços elevados, em vez de substituir a oferta restrita. O declínio nas reservas significa que a “capacidade de Pequim de intervir diretamente no mercado de carne suína será mais limitada no segundo semestre de 2020 e em 2021”, alertou o relatório do USDA.

A escassez forçou a China a importar quantidades recordes de carne neste ano dos principais produtores, incluindo os EUA, apesar da pressão do presidente Xi Jinping por maior autossuficiência agrícola. O país é o maior consumidor de carne do mundo. Nos últimos cinco anos, a demanda anual média da China por carne suína foi de cerca de 50 milhões de toneladas, de acordo com dados do USDA.

Os produtores chineses, atraídos pelos altos preços da carne suína, buscam recompor os plantéis. Mas o longo ciclo produtivo e casos de PSA em torno do país são um entrave. Na semana passada, a China proibiu as importações de carne suína da Alemanha, onde a peste suína havia sido descoberta recentemente, para “proteger a indústria da pecuária e prevenir a propagação da doença”.

Fonte: Canal Rural.