O Imea divulgou o custo de produção para a safra 2018/19 do milho de alta tecnologia em MT, referente ao mês de fev/18. A nova atualização traz um custo total de R$ 2.649,40/ha, exibindo um aumento de 0,6% em relação à divulgação de jan/18.

Apesar do reajuste positivo no último mês, o custo total ainda apresenta uma redução de 10,4% em relação à safra anterior, principalmente em decorrência da queda nas despesas com macronutrientes em 12,9%. Por sua vez, o custo variável passa a ser avaliado em R$ 2.064,23/ha e para que o produtor consiga cobri-lo é preciso que negocie seu produto a uma média de R$ 18,42/sc, considerando uma produtividade de alta tecnologia de 112,07 sc/ha.

Com isso, apesar de os custos de produção estarem apresentando patamares inferiores aos da safra anterior, é importante que o produtor continue monitorando seus custos e as oportunidades no mercado, visto que este ainda é o segundo levantamento para a safra 2018/19 de milho.

Confira os destaques do boletim:

• O preço do milho disponível em MT finalizou a última semana com valorização de 4,92% e preço médio de R$ 21,09/sc, em decorrência da demanda no mercado interno.

• Apesar da alta do dólar, a queda na bolsa de Chicago e nos prêmios pautou um recuo de 4,99% na paridade para julho, exibindo uma média de R$ 18,08/sc.

• A cotação do dólar apresentou valorização de 0,72% e cotação média de R$ 3,30/US$, devido, sobretudo, à possibilidade de uma guerra comercial entre a China e os EUA.

• A semeadura do milho para a safra 2017/18 em MT apresentou avanço de 0,89 p.p., alcançando 99,72% do total da área estimada.

Déficit na balança

O Brasil é o segundo maior produtor de etanol do mundo e a utilização do milho como matéria-prima está apenas iniciando no País. Todavia, o produto está perdendo espaço no comércio nacional, visto que as importações de etanol, principalmente dos EUA, têm crescido e pela primeira vez, em 2017, ultrapassam o volume das exportações brasileiras, gerando um deficit na balança comercial.

Com isso, as compras brasileiras bateram recorde de 1,84 bilhão de litros no último ano,  mesmo após a medida da Camex em ago/17 de taxar em 20% as importações de etanol. Isso porque a superoferta de etanol nos EUA possibilita negociações mais competitivas, principalmente, para as regiões Nordeste e Norte do Brasil. O mesmo cenário de deficit na balança se repetiu no primeiro bimestre de 2018 e o anúncio dos EUA na última semana de continuar os laços comerciais com o Brasil tende a reforçar esta situação, o que pode continuar mantendo esse difícil cenário para o setor nacional.

Fonte: Imea