Equipamento reduz custos de operação e melhora a qualidade da carne. O robô já atua em mais de 500 granjas principalmente no Rio Grande do Sul, Paraná e Santa Catarina.

A Roboagro, com sede em Caxias do Sul (RS), desenvolveu um robô capaz de alimentar suínos e gerar economia de R$ 26 mil ao ano para cada lote de mil animais em mais de 500 granjas no Sul do Brasil.

A tecnologia, alinhada à “suinocultura 4.0”, reduz custos de mão de obra e melhora na qualidade da carne produzida, além de trazer os benefícios na qualidade de vida dos produtores.

A pecuária tem outras soluções em robótica, como já mostramos aqui no AgEvolution, o “robô-cachorro” que faz pastoreio de ovelhas na Nova Zelândia. Quer saber mais sobre robôs no agro, veja esta notícia sobre os Top 10 do mundo.

Entre os principais atrativos do robô está o uso de comedouros lineares, onde os animais são divididos por baias distribuídas lateralmente e recebem a quantidade exata de ração para cada refeição ao longo do dia.

Estudos publicados em 2016 já mostravam os melhores resultados que esse tipo de distribuição traz em relação aos comedouros “à vontade” e também a possibilidade de reduzir o número de animais por baias, influenciando positivamente a qualidade da carne produzida, o controle dos lotes e a gestão da granja.

Somados, os dois fatores podem trazer uma economia acumulada que supera os R$ 26 mil anuais, por meio da otimização da distribuição da ração. Conforme explica Giovani Molin, diretor da Roboagro, cerca de 70% do custo de produção da carne suína está diretamente ligado a alimentação do animal.

“Nos comedouros atuais existem muito desperdícios além de não haver nenhuma possibilidade de gestão e informação para o suinocultor. O robô oferece a oportunidade ao criador de ajustar a sua produção conforme as variações do mercado e dos custos dos insumos, isso deixa a carne produzida aqui muito mais competitiva frente a outros mercados”, explica.

Atualmente, o Robô Alimentador de Suínos já conta com cerca de 500 unidades em operação nos três estados da Região Sul, que respondem por 66% da suinocultura brasileira, além de presença institucional em Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso do Sul e interior de São Paulo. Conforme dados da empresa, o número de pedidos de orçamentos dobrou a partir dos meses de abril e maio.

Um dos motivos do aumento da procura é a flexibilidade, precisão e gestão que o robô traz para produtores e agroindústrias, ao permitir ajustar a sua produção à dinâmica mercado. Nesse cenário, o robô atua como solução ao controlar quantas gramas ou quilos de ração são distribuídos por suíno a cada trato.

O sistema realiza a alimentação dos suínos nas baias em horários pré-determinados e o ajuste em tempo real conforme o consumo dos animais, com o mínimo de interferência humana no processo.

Entre os principais benefícios dessa técnica está a possibilidade do controle e rastreabilidade em tempo real do consumo de ração em cada trato, em cada baia, por meio de um aplicativo e de um software.

Isso facilita a análise individual e, inclusive, a utilização de recursos avançados como ferramentas de gestão e inteligência artificial para corrigir gargalos de produção e encontrar oportunidades de melhorias.

Música Clássica

O uso de música clássica na hora da distribuição da ração para os animais é baseado em diversos estudos que comprovam a eficácia desse tipo de estratégia na fase de crescimento dos suínos.

Uma dessas pesquisas foi conduzida por uma equipe da Universidade de São Paulo (USP) que demonstrou que o ‘enriquecimento sensorial do ambiente’ acarreta na diminuição do comportamento agressivo dos animais e na manutenção da taxa de engorda com um consumo menor de ração, o que tem grande impacto no custo de produção dos suínos.

A robotização da suinocultura também tem um impacto social altamente positivo nas propriedades onde está implantada.

Ao transformar o produtor em um gestor do processo de crescimento dos animais evitam-se lesões por esforço repetitivo e exaustão, já que a quantidade de ração oferecida aos animais pode chegar facilmente a três toneladas por dia em propriedades de médio e pequeno porte.

Também, como aponta Molin, a possibilidade pensar em sua granja como negócio e mais tempo de qualidade para passar com a família ou em outras atividades da propriedade, favorecem a sucessão familiar e evitam a evasão do campo. (com informações da assessoria de imprensa)

Fonte: AGEvolution