A produção de milho no sistema de plantio direto é uma forma de manejo do solo que envolve técnicas para aumentar a produtividade, conservando ou melhorando continuamente o ambiente de cultivo. Para isto, é preciso utilizar algumas técnicas como ausência ou mínimo revolvimento do solo, cobertura do solo com palhada e rotação de culturas, o que é feito pela família de Áurea, Rogério e Rodrigo Müller, que moram na localidade de Porto Palmeira, em Araricá, há dois anos.

O jovem Rodrigo está investindo na propriedade e no ano passado cultivou uma área de dois hectares com milho no sistema de plantio direto, com orientação da Emater/RS-Ascar, obtendo um total de 32 toneladas colhidas por hectare. Já em 2020, o produtor plantou mais quatro hectares, mas primeiro semeou aveia para fazer uma cobertura de solo, o que fez com que ele conseguisse um rendimento de 44 toneladas por hectare. Uma produção que fica 200% acima da média do Vale dos Sinos e Paranhana, analisa o extensionista rural Agropecuário da Emater/RS-Ascar que acompanha a família, Elder Leitzke.

Esta propriedade é ainda uma das unidades de referência em Assistência Técnica e Extensão Rural em conservação do solo, milho e de permanência do jovem no meio rural, em parceria com a Secretaria Estadual de Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural (Seapdr).

Eles abriram as porteiras da propriedade para a 2° Manhã Técnica de Milho e Solo, que foi promovida na quarta-feira (19), pela Emater/RS-Ascar, Seapdr e Prefeitura de Araricá, em parceria com a Agroeste, Biomatrix, Sicredi e Tecnovale-Sementes e Cereais.

Nem o calor espantou os produtores que vieram de Sapucaia do Sul, Araricá, Taquara, Ivoti, Presidente Lucena, Rolante, Sapiranga, Nova Hartz, Campo Bom e Três Coroas para ouvir as informações repassadas em três estações e aproveitaram para tirar dúvidas.

Em uma estação, Silvio José Dal&39;Moro, gerente regional da Biomatrix e Rangel Ivan Schaeffer dono da Tecnovale explicaram que o produtor tem que se preocupar em escolher sementes de qualidade e adequadas a finalidade para conseguir bons resultados. Além disto, é preciso fazer análise de solo para saber como a terra está e se necessita a reposição de algum nutriente.

Os cuidados com o solo e o manejo adequado como base para bons resultados na propriedade foi o tema desenvolvido pelo extensionista rural Agropecuário da Emater/RS-Ascar, Marcelo Biassusi, em outra estação. O extensionista alertou para problemas que podem ocorrer devido à produção intensiva de milho para silagem na mesma área sem a adoção de rotação de culturas ou a utilização de plantas de cobertura de solo para adubação verde, que contribuem para a manutenção da temperatura do solo e evitam a evapotranspiração. Biassusi ressalta que uma boa adubação verde pode ser feita com um mix de sementes produzido com centeio, aveia, ervilhaca e nabo forrageiro, pois cada uma tem uma função diferente.

Na terceira estação, o extensionista rural Agropecuário da Emater/RS-Ascar, Élder Leitzke, mostrou a evolução da análise de solo, comparando a da safra 2018/2019 com a de 2019/2020, onde salientou sobre aplicação de calcário e adubação adequada e também sobre silagem e o ponto ideal de corte do milho. No espaço o extensionista orientou os produtores sobre como medir a produção de Matéria Seca (MS) para obter uma ótima fermentação na hora de armazenar a silagem e quais os valores esperados com a comercialização da silagem. Leitzke mostrou ainda uma enfardadeira de silagem no qual é usada para armazenar silagem em sacos de 25kg. Uma tecnologia que pode ser usada tanto para armazenar silagem de forragem ou até mesmo de mandioca em pequenas e médias propriedades e pontos de venda de silagem.

Além destas três estações, os produtores puderam conversar com os representantes da Case Tratores, Luciano, e da Valtra tratores, Ronesio, que demonstraram maquinários e falaram sobre linhas de financiamento.


Fonte: Emater/RS