Alguns municípios já decretaram situação de emergência. Milho, soja e tabaco são os mais afetados

Se em outubro a chuva era intensa no Rio Grande do Sul, a ponto de atrasar o plantio da soja e do arroz, neste final de 2019 e começo de 2020 produtores de diversas regiões sofrem com a estiagem. E o cenário não é positivo. No último boletim divulgado em dezembro o Centro Americano de Meteorologia e Oceanografia (NOAA) manteve a previsão de neutralidade climática, sem El Niño ou La Niña, ou seja, a temperatura do Pacífico deve ficar dentro da média. Sem o El Niño a tendência para o estado gaúcho é de menos precipitações e mais calor. As temperaturas devem ficar, constantemente, próximas dos 40 graus e longos períodos sem chuva.

A combinação climática não é nada favorável à algumas culturas. No milho estão previstas perdas de pelo menos 30%. Cerca de um milhão de toneladas de milho já foram perdidas no Rio Grande do Sul devido à estiagem severa, o equivale a 15% da produção do Estado. Na Região Central o município de Venâncio Aires deve decretar estado de emergência nesta sexta-feira (03). Grande parte do milho foi perdido e em diversas localidades, os produtores rurais estão enfrentando a falta de água para consumo das famílias e até dos animais.

De acordo com a Emater-RS em Erechim, no Norte, são estimadas perdas de 10%. Em Pelotas, no Sul, a semeadura do grão foi paralisada pela estiagem, deixando para apostar na safrinha. No Vale do Taquari as áreas em fase de enchimento de grãos registram folhas queimadas e menos espigas, afetando a produção de grãos e silagem. Em Santa Maria, no Centro, as perdas são consideradas irreparáveis. Persistindo a estiagem, as perdas deverão aumentar significativamente.

A soja também está sendo afetada. O calor excessivo está causando estresse hídrico nas lavouras, afetando a semeadura e a emergência das plantas. O plantio está 99% concluído.

Fonte: Agrolink