Empresas russas registram-se para iniciar as exportações de aves para a China, após dez anos sem embarques. De acordo com Lyubov Burdienko, diretor comercial da consultoria russa EMEAT, 23 produtoras de aves do país vão exportar para o país asiático.

As entregas começam de dois a três meses após as indústrias concluírem contratos com distribuidores chineses. Analistas acreditam que a Rússia possa triplicar suas exportações de frango nos próximos anos, graças ao mercado chinês.

De janeiro a dezembro de 2018, a Rússia exportou 114.300 toneladas de frango, um crescimento de 24,8% em comparação ao mesmo período do ano anterior, estima o Serviço Federal Alfandegário do país.

Nos últimos anos, autoridades locais têm expressado repetidas esperanças de que a China possa tornar-se um dos principais mercados de vendas da carne russa, incluindo suínos e aves. “Teoricamente, baseando-se na capacidade de produção e no equilíbrio da demanda doméstica, a Rússia pode exportar anualmente para China até 150 mil toneladas de pés de galinha, patas e asas; além disso, entre 50 e 100 mil toneladas de outros cortes de frango e até carne de peru”, disse Albert Davleyev, presidente da agência de consultoria russa Agrifood Strategies.

Entre os fornecedores mais prospectivos estão os maiores produtores de frango, como GAP Resource, Chekizovo Group e Prioskolie. Essas empresas já vendem produtos de frango, que são populares na China, para o Vietnã e Hong Kong.

De acordo com Davleyev, o preço pode ser um grande obstáculo para os altos volumes de exportação de aves da Rússia para a China. Mas o maior desafio para os produtores russos será sua capacidade de atender a exigências muito rígidas com relação à segurança alimentar chinesa.

Burdienko também alertou que há uma forte concorrência neste mercado. “A China importa 500 mil toneladas de frango por ano, principalmente do Brasil, Argentina e Chile. No entanto, não acredito que a Rússia possa obter uma grande fatia desse mercado e, além disso, seria errado falar sobre substituir os fornecedores tradicionais do mercado chinês”.

Fonte: Global Meat News

Editado pela equipe Suino.com