Nos próximos quatro anos a indústria russa de carne suína planeja aumentar sua capacidade produtiva em 900 mil toneladas, mesmo já quase tendo alcançado a autossuficiência na proteína. A informação foi divulgada nesta semana pelo site Global Meat News.

Yuri Kovalev, presidente da união russa de produtores de carne suína prevê que, com esse crescimento, a produção total de carne suína na Rússia alcance 4,4 milhões de toneladas em 2022.

Esse crescimento deve partir principalmente de grandes produtores comerciais, que projetam elevar a produção em 1,1 milhão de toneladas de 2017 a 2022.  Já para pequenos e médios produtores, haverá um declínio na produção, em cerca de 200 mil toneladas, estima Kovalev.

Kovalev acredita que o principal crescimento do setor partirá das 20 maiores empresas do pais. Até agora, a participação conjunta dessas empresas na produção corresponde a cerca de 63%, enquanto em 2022 deverá atingir 76%. Ainda conforme Kovalev, esse movimento está de acordo com as tendências globais, como na maioria dos países desenvolvidos, os 20 maiores produtores de suínos detém 80% da produção geral de suínos e isso não necessariamente indica uma monopolização do mercado, explicou Kovalev.

No total, os investimentos na indústria de suínos russa serão próximos a 339 bilhões de ienes (US$ 5,62 bilhões) no período de 2017 a 2022, Kovalev afirmou. Mais da metade desse montante será alocado pelos três principais grupos produtivos do pais: Miratorg, Rusagro e Cherkizovo. Só a Miratorg planeja investir US$ 1,5 bilhão na expansão de sua capacidade de produção, disse ele.

O próximo aumento na produção derrubará os preços no mercado doméstico, projeta Kovalev e isso deve dar um impulso adicional ao aumento da demanda por carne suína entre os consumidores russos. “Nos próximos quatro anos haverá um crescimento de demanda de cerca de 1,5% ao ano, então em 2022 o mercado de suínos irá adicionar 300 mil toneladas, em comparação com o nível observado em 2017 ”, acrescentou.

Em 2019, a Rússia provavelmente aumentará as importações de carne suína, principalmente do Brasil. Em 2020, no entanto, ele espera que a Rússia se afaste do atual sistema baseado em cotas e importações de suínos implantando um imposto de importação de 25%. Parte das novas quantidades de produção serão usadas para substituir as importações que encolherão como resultado, disse Kovalev.

Além disso, produtores russos esperam que as exportações de carne suína do país aumentem de 200 mil toneladas para 300 mil toneladas nos próximos quatro anos. No entanto, como todos os projetos estão sendo implementados em etapas, mesmo que “algo dê errado” e não haja espaço para novas quantidades, uma parte dos projetos pode ser adiada, de acordo com Kovalev. Não há clareza com relação fatores que afetam a demanda pela carne suína russa. Em particular, é difícil prever as consequências da epidemia de peste suína africana na China, bem como a possibilidade de novas sanções contra a Rússia, concluiu Kovalev.

Equipe Suino.com

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