A atual safra brasileira de soja deverá ser melhor do que se imaginava. Pela projeção da 16ª edição do Rally da Safra – expedição organizada pela consultoria Agroconsult, que mapeia as principais regiões produtoras do país, o Brasil deverá colher 118 milhões de toneladas, bem acima das 113 milhões de toneladas estimadas inicialmente pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Os números das áreas avaliadas pelos técnicos foram apresentados nesta quinta-feira, 25, em Não-Me-Toque, para produtores e profissionais do setor.

Na avaliação de André Pessôa, sócio e diretor da Agroconsult, os bons resultados alcançados pelo Sul do Brasil (RS e SC) foram decisivos para equilibrar as perdas causadas pelo clima irregular em regiões importantes como Paraná, Mato Grosso do Sul, Bahia e Goiás.

“É uma safra de contrastes. Teve produtor que sofreu mais. A nossa estimativa é de 118 milhões de toneladas, com uma quebra de 4 milhões de toneladas em comparação com o ciclo anterior. Já a safra no Rio Grande do Sul deverá fechar em 20 milhões de toneladas, a maior produtividade que o Estado já colheu. Um resultado que ajuda a compensar em parte a queda dos preços”, adiantou.

Na região das Missões, mesmo com a replantio da soja por causa do excesso de chuvas, o produtor colheu mais do que no ano passado. Já a metade Sul do Estado, que frustrou na safra anterior, com produtividades na faixa das 30 sacas/ha, colhe 45 sacas/ha. Com isso, a produtividade sustentada pela Agroconsult para o Rio Grande do Sul é de 57,6 sacas/ha, a melhor da história. Na safra 2017/2018, fechou em 54,5.

Comercialização e preços

A comercialização lenta do grão no Rio Grande do Sul, um cenário diferente do registrado no restante do país, preocupa o consultor. Enquanto o Brasil já negociou 60% da safra, no Estado não passa de 25%. “Preocupa porque a demanda chinesa de soja para ração, nosso principal cliente, está caindo, em função da peste suína, e isso reflete nos preços. Eu não apostaria em nada maravilhoso em preços de soja neste ano”, pontuou.

Em relação à safra 2019/2020, Pessôa recomenda aos produtores ficarem atentos aos custos de produção, o uso de tecnologia para produzir mais e a questão da comercialização. “Em tempos de incertezas, é melhor ser conservador na hora da vender a produção, não arriscar muito, não ficar esperando sempre o melhor preço. Nesta próxima safra a orientação é estar de olho aos momentos que o mercado vai oferecer para travar os custos de produção, a exemplo do que aconteceu na Cotrijal em 2018”, disse.

Milho – Após a etapa de soja, a atenção das equipes do Rally estará voltada ao milho segunda safra, importante na composição do mercado total de milho. Para o cereal, a Agroconsult estima uma safra total de quase 100 milhões de toneladas por conta da safrinha que deverá ser de mais de 70 milhões de toneladas.

Facilita o planejamento – O presidente da Cotrijal, Nei César Manica, agradeceu a oportunidade da cooperativa sediar mais uma vez o encontro. “O trabalho do Rally da Safra é importante porque levanta informações que facilitam o trabalho do produtor tanto na hora de comercializar produção como planejar a safra futura”, afirmou.

 

Fonte: Assessoria de Imprensa