Um dos objetivos da cooperativa, além de aumentar a produção e a qualidade da ração produzida, é oferecer silos para utilização de matéria prima alternativa, com foco nos cereais de inverno.

Conforme a Pesquisa Global de Rações 2020, o Brasil continua em destaque e no momento que a produção mundial de ração animal diminuiu, o país se manteve líder da região (América Latina), sendo ainda, o terceiro maior produtor de rações do mundo (Estados Unidos, China e Brasil). A Cooperativa Agropecuária Camponovense (Coocam) contribui com os resultados e para manter a qualidade e crescimento constante, seguidamente investe em melhorias operacionais e estruturais da Fábrica de Rações. Apenas neste ano o investimento financeiro foi de aproximadamente R$ 7 milhões, conforme afirma João Carlos Di Domenico, presidente da Coocam.

Apesar do atraso na execução e finalização das reformas – devido à Covid-19, a obra está finalizada e pronta para agregar valor. “Estamos terminando de cumprir um contrato com a BRF, onde teremos um aumento de produção, mas, principalmente um aumento na qualidade e a possibilidade de utilização de cereais alternativos na ração, com foco nos cereais de inverno”, comenta João Carlos, observando que são dois novos silos, ambos autolimpantes e com estrutura de alimentação separada da Fábrica. O presidente da Coocam reforça que os novos silos serão destinados exclusivamente para os produtos alternativos. “As rações feitas aqui na Fábrica da Coocam, terão aproximadamente 70% de milho em sua composição e 10 a 20% será formado por cereais de inverno, diminuindo assim a dependência do milho”.

A Coocam deverá fomentar a produção de cereais de inverno cada vez mais – uma política da cooperativa que perdeu forças nos últimos anos, onde os produtores deixaram de lado a cultura de plantar cereais na safra de inverno, especialmente pela inviabilidade econômica. “Exatamente por essa inviabilidade, criou-se um vácuo de ociosidade para as cooperativas e nas propriedades rurais – precisamos dos cereais de inverno”. Na opinião de João Carlos é preciso plantar mais cereais de inverno, uma maneira de utilizar a estrutura existente na propriedade e na cooperativa, melhorando o fluxo de caixa e cobertura do solo. “A Coocam já recebeu três vezes mais do que recebe hoje, podemos e vamos voltar a produzir cereais de inverno em grande volume”.

Melhorias na Fábrica
Infraestrutura, como banheiros com chuveiros para os motoristas que veem até a Unidade descarregar matérias primas. Reforma dos espaços físicos internos, oferecendo mais comodidade de trabalho, desde salas dos colaboradores até as salas de comando e controle de qualidade da Fábrica.

Com objetivo de melhorar a qualidade das rações produzidas, e estar em sintonia com as novas demandas nutricionais e já prevendo uma possível ampliação de demanda para o próximo ano, foram feitas as substituições dos Moinhos.

Reforma de diversos equipamentos, como por exemplo, silos e transportadores. Essas atualizações tiveram como principal objetivo, o aumento da capacidade de estocagem e movimentações das matérias-primas, bem como melhorias na automação, visando segurança alimentar.

Foram instalados silos de estocagem para produtos a granel, bem como linha dedicada para abastecimento da Fábrica de Rações, com o objetivo de aumentar a variedade de matérias primas a serem utilizadas, principalmente cereais de inverno.

A Fábrica de Ração Coocam
Inaugurada em fevereiro de 2007, a Fábrica de Rações Coocam, atende exclusivamente a demanda da empresa parceira, BRF. Produz alimentação balanceada para suínos, com qualidade, segurança e confiabilidade, sempre obedecendo todos os padrões exigidos pelo mercado e nutricionistas. Hoje são mais de 60 colaboradores atuando diretamente na Fábrica da Coocam – essa que funciona 24 horas por dia, de segunda a sábado, com capacidade para produção de 60 toneladas/hora, chegando a fabricar perto de 30 mil toneladas de rações por mês.

Como as culturas de inverno podem ajudar a compor a ração animal
As tratativas – envolvendo a participação direta dos setores da agricultura, agroindústria e o governo, assim como as entidades ligadas ao setor iniciaram há mais de três anos em Santa Catarina, por meio de reuniões e fóruns com discussões sobre as possíveis alternativas para sanar o problema da cadeia produtiva catarinense. O principal objetivo é sanar o déficit do milho na alimentação animal, incluindo o trigo, a aveia, triticale e a cevada na alimentação de suínos e aves.

A Secretaria da Agricultura, a Federação das Cooperativas Agropecuárias de Santa Catarina (Fecoagro), a Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri), o Sindicato da Indústria de Carnes e Derivados (Sindicarnes) de Santa Catarina e a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) participam do processo desde o início.

O presidente da Coocam é também o vice-presidente da Fecoagro e acompanha as tratativas do projeto desde as primeiras reuniões, em 2008. João Carlos Di Domenico, confia que a região vai voltar a produzir trigo ou cevada, fortemente. “Com esses preços que estamos trabalhando hoje, a viabilidade voltou”.

Fonte: Cooperativa Agropecuária Camponovense (Coocam)