O déficit hídrico já ultrapassa 700 milímetros neste ano em Santa Catarina e a escassez de chuvas volta a preocupar a produção agropecuária no Estado. O alerta é da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Santa Catarina (Faesc) ao citar o desabastecimento das propriedades rurais e os prejuízos nas lavouras de milho como principais problemas enfrentados no momento.

O presidente José Zeferino Pedrozo ressalta que a Federação está em contato com a Secretaria de Agricultura do Estado e com demais órgãos do Governo para buscar soluções e auxiliar os produtores rurais catarinenses. “A situação é muito preocupante. Muitos produtores estão tendo que investir na contratação de caminhões pipa para abastecer as propriedades e os que iniciaram o plantio de milho já têm prejuízos com a má germinação dos grãos, devido à falta de umidade no solo”, detalha o dirigente.

De acordo com a Faesc, o mês de outubro e o período de primavera são historicamente marcados por chuvas no Estado, diferente do momento. A seca que se intensificou nos últimos meses acabou atrasando o plantio do milho – entre setembro e novembro – e está comprometendo as lavouras já semeadas. “Ainda não conseguimos mensurar os prejuízos, mas o relato dos produtores indica que não são pequenos”, observa Pedrozo.

O problema mais grave é na região oeste, onde os produtores estão contratando caminhões pipas para assegurar o abastecimento de aves e suínos. O milho para silagem já foi plantado e, devido à estiagem, renderá menos volume do que o previsto para o ano. A soja, que tem plantio iniciado no final de outubro, também pode ser prejudicada, já que as previsões não indicam chuvas suficientes para os próximos meses.

Conforme o vice-presidente da Faesc, Enori Barbieri, a estimativa de área plantada no Estado para a safra é de 320 mil hectares de milho comercial e 220 mil hectares de milho para silagem. Segundo ele, a estiagem já comprometeu a produção catarinense.

“A previsão de colheita de 2,5 milhões de toneladas de milho na safra 2020/2021 em Santa Catarina certamente não será alcançada. O Estado terá que importar ainda mais milho no próximo ano”, projeta.


Fonte: Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Santa Catarina (Faesc)