Expectativa era de boas vendas antes do Dia das Mães, mas mercado ficou frustrado com falta de acordo com frigoríficos

A semana que antecede o Dia das Mães (celebrado neste domingo, 9) foi de frustração para a venda de suínos no mercado independente. A data, que é a segunda melhor para a suinocultura, não contribuiu para o avanço de preços, e lideranças do Sudeste apontam o excesso de oferta de animais e carcaças vindas da região Sul como fator de baixa nos preços.

Nesta quinta-feira (6), pela segunda semana consecutiva os suinocultores e frigoríficos não entraram em consenso durante a realização da bolsa de suínos. Segundo o presidente da Associação Paulista de Criadores de Suínos (APCS), Valdomiro Ferreira, o valor sugerido na semana anterior era de R$ 9,07/kg vivo, e agora caiu para R$ 7,73/kg vivo.

“O que houve foi que a região Sul invadiu São Paulo com animais vivos e carcaças a um preço abaixo, o que fez com que frigoríficos paulistas deixassem de comprar os animais do Estado. Houve então um excesso de oferta, o que puxou os valores para baixo”, disse.

No mercado mineiro também não houve consenso entre produtores e frigoríficos nesta quinta-feira pela segunda semana seguida, e o preço sugerido pela Associação dos Suinocultores do Estado de Minas Gerais (Asemg) permaneceu estável em R$ 8,00/kg vivo.

De acordo com o consultor de mercado da Asemg, Alvimar Jalles, as alegações dos frigoríficos para pleitear a baixa continuam baseadas na concorrência de carcaças do Sul do Brasil.

“Já os produtores percebem as vendas regionais muito fortes e as de frigoríficos normais. A escolha então foi lutar no mercado pela manutenção dos preços”, pontuou.

Uma pequena queda também foi registrada em Santa Catarina, passando de R$ 8,09/kg vivo para R$ 8,00/kg vivo nesta semana. Conforme explica Losivanio de Lorenzi, presidente da Associação Catarinense de Criadores de Suínos (ACCS), foi uma frustração, já que a queda antecede a segunda data mais importante para a suinocultura, que é o Dia das Mães.

“Isso é muito preocupante, porque vemos o preço do milho subindo todos os dias, a liberação para importação não está surtindo efeito no mercado. Mesmo com as exportações em bom ritmo, é preciso que o mercado interno reaja no consumo de carne suína”, disse.

Considerando a média semanal (entre os dias 29/04/2021 a 05/05/2021), o indicador do preço do quilo do suíno do Laboratório de Pesquisas Econômicas em Suinocultura (Lapesui) da Universidade Federal do Paraná (UFPR) teve queda de 5,14%, fechando a semana em R$ 7,34.

“Espera-se que na próxima semana o preço do suíno vivo apresente queda, podendo ser cotado a R$ 7,13”, informou o relatório do Lapesui.

No mercado gaúcho as negociações no mercado independente são realizadas às sextas-feiras, e na última (30), o preço se manteve estável em R$ 7,56/kg. O presidente da Associação de Criadores de Suínos do Rio Grande do Sul (Acsurs), Valdeci Folador, afirma que as perspectivas para a negociação desta sexta-feira (7) não são as melhores.

“Se o preço ficar igual, tem que comemorar soltando foguete, porque na ponta dos frigoríficos está complicado, a carcaça muito barata e reclamando que não estão conseguindo vender mesmo assim”, disse.

Fonte: Notícias Agrícolas