Os preços da soja no mercado brasileiro registraram uma quarta-feira de estabilidade em praticamente todas as praças de comercialização. O mercado refletiu a movimentação tímida das cotações na Bolsa de Chicago, que terminaram o pregão apenas com leves ganhos, ao mesmo tempo em que o dólar apresentou uma baixa de mais de 1% frente ao real nesta quarta-feira (28).

Ainda assim, os indicativos no interior e portos do Brasil permanecem bastante firmes, porém, os negócios são apenas pontuais, com os produtores se mantendo mais reticentes em voltar ao mercado que está redefinindo sua trajetória.

No interior, as referências seguem acima dos R$ 150,00 por saca, superando os R$ 160,00 em alguns casos, como Castro, no Paraná, onde o preço hoje subiu 0,61% para fechar com R$ 166,00. Já no porto de Paranaguá, a soja disponível fechou o dia com R$ 171,00 e em Rio Grande, com R$ 168,00. Para a safra nova, R$ 161,00 e R$ 160,00, respectivamente.

Assim como na Bolsa de Chicago, a movimentação dos preços e dos negócios no Brasil foi mais contida, com os sojicultores – e os traders – aguardando por novas notícias que possam mexer mais agressivamente com os preços . No Brasil, o movimento de disputa entre a exportação e a demanda interna deve se acentuar nos próximos meses, como explicam analistas e consultores, o que deve ajudar na manutenção de preços ainda bastante remuneradores para os produtores.

Para a safra nova, os negócios também caminham de forma mais lenta, até sinalizando algum atraso se comparado à média dos últimos anos – de 38% a 40% – com uma comercialização concluída em algo entre 20% e 25%, a depender das estimativas. O produtor também se mostra mais contido e cauteloso, além d estar capitalizado e focado nos preparativos para o início da temporada 2021/22 nos próximos meses.

Bolsa de Chicago

Na Bolsa de Chicago, as altas das posições mais negociadas foram de apenas entre 1,50 e 3,25 pontos nos principais contratos, com o novembro, referência para a safra americana, sendo cotado a US$ 13,61 por bushel. O foco do mercado permanece sobre o clima no Meio-Oeste americano.

A seca no Meio-Oeste americano deve se expandir nos próximos dez dias, segundo informa o Commodity Weather Group nesta quarta-feira (28). O boletim diário do instituto norte-americano de meteorologia mostra que as chuvas deverão seguir mal distribuídas nos próximos dias e que as melhoras deverão começar a aparecer somente na segunda semana de agosto.

“As chuvas estão limitadas ao extremo noroeste nesta quarta e, na quinta-feira, deverão favorecer o nordeste dos EUA. No final de semana, melhores volumes são esperados no sudoeste norte-americano, e assim cerca de 15% das áreas de soja e milho estão sob estresse hídrico”, explicam os especialistas do CWG.

“Para os próximos 12 a 13 dias, os mapas climáticos estão bem mais secos do que o normal e, em linhas gerais, o cinturão passa por essa seca generalizada. A exceção fica por um corredor de umidade que empurra precipitações desde o norte de Iowa ao sul de Illinois. Mas as principais áreas que sofrem com a seca agora continuam sobre um cenário de seca e não há chuvas significativas aparecendo até a primeira semana de agosto”, explica Matheus Pereira, diretor da Pátria Agronegócios.

Entretanto, o mercado parece já ter absorvido parte deste quadro e estar buscando, como explica o consultor da Roach AgMarketing, Aaron Edwards, estar buscando um ponto de equilíbrio, já começando a apontar uma volatilidade mais estreita nas movimentações em Chicago.

Fonte: Notícias Agrícolas