O repique dos preços da soja na Bolsa de Chicago nesta terça-feira (21), depois das baixas intensas do dia anterior, mais uma vez deram fôlego aos indicativos para a oleaginosa nos portos brasileiros. Segundo informações da Brandalizze Consulting, a soja da safra velha continua registrando referências entre R$ 173,00 e R$ 174,00 por saca – intervalo onde os negócios continuam ocorrendo – e chegando a testar algo até na casa dos R$ 180,00, com entrega agora e pagamento no ano que vem – onde os negócios já são mais escassos.

Do mesmo modo, o suporte se mantém também para a soja da safra nova, para a qual as referências seguem variando entre R$ 160,00 e R$ 162,00 por saca, como relata Vlamir Brandalizze, e que também atrai alguns negócios entre os produtores brasileiros.

As altas observadas na CBOT nesta terça – com os futuros da commodity terminando o dia com ganhos de mais de 10 pontos nos principais vencimentos – ajudaram a mitigar a pressão do dólar, que fechou o dia com baixa de 0,84% para R$ 5,29. A moeda americana devolveu parte do ganho registrado na sessão anterior, quando refletiu a forte aversão ao risco presente no mercado financeiro, já amenizada nos negócios de hoje.

Além de Chicago, os prêmios ofertados para a soja brasileira também são pilar importante neste momento para a formação das cotações no mercado nacional. Para o restante da safra velha os valores permanecem acima dos US$ 2,00 por bushel acima do mercado futuro americano. E para fevereiro de 2022, já como referência para a nova safra, são 45 cents de dólar.

No interior do Brasil, parte das praças de comercialização apresentaram algum recuo, acompanhando o mercado cambial. Todavia, permanecem elevados os indicativos e, em alguns pontos do país, alinhados com a exportação ou pagando até melhor a depender das condições de pagamento e entrega, além da localização e do quadro regional de oferta e demanda.

Os valores no mercado disponível ainda variam entre R$ 157,00 e R$ 171,00 por saca.

Bolsa de Chicago

Na Bolsa de Chicago, os futuros da soja terminaram o dia com altas de 11 a 11,50 pontos. O novembro terminou o pregão valendo US$ 12,74 e o maio, US$ 12,93.

O mercado se volta aos seus fundamentos e recupera parte das últimas baixas registradas na sessão anterior, motivadas pela aversão ao risco intenso observada na sessão anterior.

o mercado ainda acompanha os novos números que o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) trouxe no final do dia de ontem, com os primeiros dados sobre a colheita norte-americana.

Até o último domingo (19), 6% da área já havia sido colhida, contra 5% do mesmo período do ano passado e alinhada com a média dos últimos cinco anos de 6%. A expectativa média do mercado era de 5%.

Além disso, o relatório ainda apontou uma ligeira melhora nos campos americanos. O índice de lavouras de soja em boas ou excelentes condições foi reportado pelo USDA em 58%, contra 57% da semana anterior. Há um ano, este número era de 63%.

O plantio no Brasil e as condições de clima por aqui, o comportamento da demanda – e a China ainda no feriado – e mais o andamento dos preços dos derivados também estão no radar dos traders – com farelo e óleo subindo nesta tarde de terça-feira. Em alguns pontos do país, os trabalhos de campo foram paralisados diante da falta de chuvas.

No financeiro, permanece a atenção também sobre as questões e os desdobramentos da incorporadora China Evergrande, mas com menos pessimismo e tensão do que na sessão anterior. As commodities agrícolas seguem em alta, à exceção do milho e do trigo, bem como sobem também os futuros do petróleo.

Fonte: Notícias Agrícolas