Soja tem prêmios acima de US$ 2,30 com exportações perto do recorde
- 22 de setembro de 2020
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De um lado, o Brasil plantando soja, de outro, os EUA colhendo. Enquanto isso, o dinâmico comércio global da oleaginosa continua a pleno vapor dada, principalmente, a força da demanda chinesa. A nação asiática está presente em ambos os países, reafirmando sua necessidade, seu compromisso com a segurança alimentar e seu momento de recomposição de estoques e planteis.
NÚMEROS RECORDES NO BRASIL
Os portos brasileiros, embora em um ritmo um pouco mais lento se comparado ao primeiro semestre de 2020, continuam embarcando os grandes volumes vendidos muito antecipadamente e assim, o total já embarcado pelo país chega a 83,4 milhões de toneladas, contra 60 milhões no mesmo período do ano passado, segundo mostram números da Secex (Secretaria de Comércio Exterior). Dessa forma, o Brasil precisa de pouco mais de 100 mil toneladas para alcançar seu recorde de 83,5 milhões de soja exportada.
“Já embarcamos 78% da safra colhida, frente aos 63% do mesmo período do ano passado. O ano está rodando mais rápido e o grão já foi embora e o farelo também está adiantado. O mesmo ocorreu com o óleo. De agora em diante, deveremos ter queda no ritmo dos embarques do setor todo, principalmente o óleo, que deve embarcar pouco porque o mercado interno vem pagando bem melhor que o externo e assim, somente negócios anteriores devem seguir sendo embarcados”, explica Vlamir Brandalizze, consultor de mercado da Brandalizze Consulting.
Em todo complexo, os embarques já somam 97,6 milhões de toneladas, também próximo o recorde de 2018, de 101,15 milhões de toneladas.
PRÊMIOS ALTOS
A pouca soja ainda disponível no Brasil vem sendo bastante disputado entre a exportação e o mercado interno, o que tem mantido os valores em níveis recordes – tanto no interior, quanto nos portos – e os prêmios bastante firmes e valorizados. Ainda segundo informações da Brandalizze Consulting, as posições mais curtas têm prêmios – do lado dos vendedores – acima dos US$ 2,30 por bushel acima dos valores praticados na Bolsa de Chicago.
Dessa forma, como explica a ARC Mercosul, “as exportações da soja vivem um momento de transição para preencher as filas de embarque com milho. A escassez da oleaginosa em território brasileiro tem colocado melhores ofertas na indústria, quando comparado com a soja para exportação”. Os valores pagos para a soja disponível chegaram a alcançar os R$ 150,00 por saca em algumas localidades, refletindo este cenário.
Da mesma forma, as vendas antecipadas da safra 2020/21, que começa a ser semeada agora, também registram ritmo e números recordes, uma vez que está quase 60% comprometida com a comercialização. Somente de Mato Grosso, a China já comprou 13,53 milhões de toneladas. “Este valor fica próximo daquele observado na safra 2013/14 eacima de todas as demais temporadas”, explicam os pesquisadores do Imea (Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária).
DEMANDA FORTE NOS EUA
Com esses volumes e a quase nenhuma disponibilidade da oleaginosa, há meses a demanda da China está bastante focada nos Estados Unidos. E dessa forma, o total já comprometido pelo país chega a 32,43 milhões de toneladas, muito acima das pouco mais de 11 milhões do mesmo período do ano passado, de acordo com os números do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos).
E também de acordo com os dados do USDA, os embarques norte-americanos de soja chegam a 3,567,160 milhões de toneladas, acima de pouco mais de 2,1 milhões do ano passado, neste mesmo intervalo.
Fonte: Notícias Agrícolas