As doenças da soja geram perdas de até 40% da produção do grão a cada ano segundo o Wrather, A. et al. 2010. Dentre as principais doenças que impactam a cultura da soja, mesmo com a utilização de fungicidas, estão a Ferrugem, Antracnose, Cercospora, Mancha Alvo e Oídio. O manejo das doenças é complexo, principalmente pelas muitas variáveis que estão relacionadas. Dentre estas variáveis estão a genética das cultivares, o local, histórico de controle e presença de inóculo, clima, precipitação, época de semeadura, dentre muitas outras.

Diante disso, dois agrônomos do Rio Grande do Sul, estado com forte vocação agrícola e terceiro maior produtor de soja, criaram uma startup especializada em auxiliar produtores e técnicos no manejo de doenças desta cultura. Através da plataforma DigiFarmz, desenvolvida desde 2016 e lançada em 2018, o agricultor, técnico ou agrônomo tem acesso a parâmetros em tempo real para orientar e embasar o manejo das doenças na cultura da soja.

De forma prática, a plataforma DigiFarmz utiliza algoritmos a partir de uma base de dados de 12 anos de pesquisas, anualmente ampliadas e validadas, além de informações de cada fazenda e talhão. Ao todo, são 18 variáveis bióticas e abióticas que garantem precisão nos parâmetros da DigiFarmz, para assim auxiliar a melhor tomada de decisão no controle de doenças na cultura da soja.

A leguminosa já totaliza mais de 36 milhões de hectares cultivados por ano no Brasil e mais de 125 milhões de hectares no mundo. No entanto, continua sofrendo pela ocorrência de diversas doenças que comprometem a produção de grãos e geração de riqueza para toda a cadeia do agronegócio. 

“Neste cenário, é muito importante que técnicos e produtores consigam ter acesso a parâmetros que fundamentem melhor suas decisões para o controle mais efetivo das doenças da soja, como por exemplo, o momento da realização de cada aplicação dos fungicidas, fator fundamental para a sanidade da planta, a cada safra, principalmente nas primeiras pulverizações, pois os danos são gerados muito antes do aparecimento dos sintomas visíveis na planta”, destaca Alexandre Chequim, co-fundador da Digifarmz e diretor executivo.

De acordo com dados já coletados em experimentos de campo, a realização de aplicações com atraso em sete dias, em relação à data ideal, gerou perdas de 2,5 sacos por hectare em lavouras semeadas em 11 de setembro, perdas de 4,8 sacos por hectare para áreas semeadas em 18 de dezembro e perdas de até 5 sacos por hectare em semeaduras na primeira semana de janeiro. Traduzido em dados financeiros, as perdas chegam ao patamar de R$ 20,00 a R$ 45,00 por hectare por dia de atraso em cada aplicação. Numa lavoura de 1.000 hectares, por exemplo, as perdas podem chegar R$ 100.000,00 para aplicações realizadas apenas dois dias após a data ideal.

“É um ponto muito importante, pois através da aplicação em datas ideais será possível evitar danos e consequentemente a perda de muitas toneladas de soja”, acrescenta.

Segundo Chequim, a DigiFarmz possibilita a geração de orientações personalizadas para a realidade de cada lavoura, e apresentando eficácias que consideram o programa fungicida como um todo, onde as eficácias de cada aplicação vão sendo ajustadas de acordo com os fungicidas e misturas utilizados nas aplicações anteriores.

“Atualmente ainda são realizadas recomendações de fungicidas e doses de forma generalista, sem considerar as especificidades e realidades das diferentes regiões e cultivares, algo pouco efetivo quando sabemos que o Brasil é um país continental, com diversas condições e ambientes distintos. Além disto, é imperativo atentar para o efeito que cada aplicação possui no controle das doenças em todo o ciclo da cultura. Igualmente importante, é preciso atentar para a ocorrência de resistência dos fungos (patógenos) aos fungicidas, gerados muitas vezes por equívocos nas decisões de manejo. Por esta razão, a DigiFarmz traz também um pilar de educação, através de alertas que apresentam informações relacionadas às melhores práticas agronômicas, visando maiores produtividades e menor pressão de resistência dos patógenos aos fungicidas”, salienta Chequim.

Passo a passo DigiFarmz

Através da DigiFarmz o produtor consegue ter acesso a variáveis que, combinadas, geram orientações personalizadas para a realidade de cada lavoura de soja.

1. Produtor seleciona as cultivares, fertilizantes, fungicidas e adjuvantes que pretende utilizar, e a plataforma DigiFarmz apresenta os índices de eficácia para cada aplicação, considerando a realidade de cada talhão da lavoura: cultivares, datas de semeadura, doses, locais, fatores climáticos, dentre outros. 

2. Os algoritmos apresentam a data ideal para cada pulverização, considerando o melhor momento para o controle das doenças. 

3. A DigiFarmz sugere o número de pulverizações a serem realizadas, considerando a condição específica da cultura, local, cultivares utilizadas, épocas de semeadura e pulverizações anteriores.

4. Uma centena de alertas e notificações ajudam o produtor na condução da sua lavoura, com sugestões importantes sobre melhores práticas no campo, auxiliando no manejo anti-resistência e principalmente focando na otimização dos insumos e aumento das produtividades.

5. A DigiFarmz possui ainda uma série de relatórios e painéis através dos quais o produtor ou engenheiro agrônomo conseguem analisar de forma ampla, ou mesmo em detalhe, todos os pontos importantes na condução e manejo de doenças das suas áreas de soja.

 

Fonte: Assessoria de Imprensa