Lideranças atribuem melhora ao bom ritmo das exportações, competitividade da carne suína frente à bovina e repasse da alta dos custos de produção

Na quinta-feira (8), quando a maioria das bolsas de suínos são realizadas nas principais praças produtoras do país, o mercado começou a esboçar reação positiva nos preços. Segundo lideranças do setor, as exportações em bom ritmo em março, a menor oferta de animais para abate, a competitividade da proteína suínas frente à bovina e a alta nos custos de produção são fatores que motivaram este realinhamento nos valores.

Em São Paulo, conforme explica o presidente da Associação Paulista de Criadores de Suínos (APCS), Valdomiro Ferreira, o preço passou de R$ 5,87/kg vivo para R$ 7,20/kg vivo nessa quinta-feira.

Ele aponta que esse aumento é resultado de uma menor oferta de animais não só no Brasil, de forma geral, como principalmente no Estado de São Paulo, além de bons resultados nas exportações no mês de março.

Isso se soma a uma pressão feita por parte dos suinocultores para aumentar o preço para saírem do prejuízo frente aos altos custos de produção e a maior competitividade da carne suína em comparação à bovina, o que faz com que a população menos capitalizada redirecione o consumo para a proteína mais em conta.

Minas Gerais, que também negocia os animais no mercado independente às quintas-feiras, registrou avanço de preço, saindo de R$ 6,00/kg vivo para R$ 7,00/kg vivo. O consultor de mercado da Associação dos Suinocultores do Estado de Minas Gerais (Asemg) Alvimar Jalles, aponta que as vendas no mercado mineiro estão “dentro da normalidade”.

“Com melhoria do mercado a nível Brasil, a conhecida engrenagem de aumento dos pedidos de produtos produz seu efeito na demanda de suínos vivos contribuindo para melhoria automática do preço nas próximas semanas”, disse.

No mercado de Santa Catarina também houve avanço de preço, de R$ 6,18/kg vivo para R$ 6,85/kg vivo. Segundo o presidente da Associação Catarinense de Criadores de Suínos (ACCS), Losivanio de Lorenzi, além das motivações para alavancagem de preço relatada por outras lideranças, a possível reabertura da economia no Estado de São Paulo na próxima segunda-feira (11) pode ajudar a dar suporte aos preços, com um aumento de consumo.

Considerando a média semanal (entre os dias 01/04/2021 a 07/04/2021), o indicador do preço do quilo do suíno do Laboratório de Pesquisas Econômicas em Suinocultura (Lapesui) da Universidade Federal do Paraná (UFPR) teve queda de 8,06%, fechando a semana em R$ 5,49.

“Espera-se que na próxima semana o preço do suíno vivo apresente estabilidade, podendo ser cotado a R$ 5,48.”, informou o relatório do Lapesui.

Por fim, no Rio Grande do Sul, onde as negociações no mercado independente acontecem às sextas-feiras, a expectativa é de aumento a partir do preço da semana anterior, R$ 6,30, segundo o presidente da Associação de Criadores de Suínos do Rio Grande do Sul, Valdeci Folador.

Fonte: Notícias Agrícolas com adaptações Suino.com