Apesar de certa estabilidade nos preços, consumo interno enfraquecido e custos de produção em alta ainda mantêm suinocultores no prejuízo

As principais praças que comercializam suínos na modalidade independente registraram mercado andando de lado na última semana de setembro. De acordo com lideranças, apesar de preços estáveis em algumas localidades, os altos custos de produção ainda empurram para longe a possibilidade de haver margem de lucro na atividade.

Em São Paulo, segundo informações do presidente da Associação Paulista de Criadores de Suínos (APCS), Valdomiro Ferreira, o valor do suíno vivo se manteve em R$ 7,73/kg na negociação da Bolsa na quinta-feira (30).

Ferreira explica que a opção pela manutenção do preço é motivada pela disputa no mercado paulista pela carcaça do animal, e a opção por esperar a próxima semana, com a entrada da massa salarial, para checar o andamento do mercado.

“O preço do animal em si, não é o problema. A questão é o baixo consumo, o câmbio pressionando o valor do farelo de soja, o transporte que passará a ficar mais caro, além do aumento nos juros, que prejudica o suinocultor que está tendo que fazer empréstimos para cobrir os prejuízos acumulados no ano”, explicou.

O mercado mineiro se manteve estável pela terceira consecutiva em R$ 7,50/kg. Segundo o consultor de mercado da Associação dos Suinocultores do Estado de Minas Gerais (Asemg), Alvimar Jalles, o cenário interno de oferta das granjas não se alterou, os pesos e idades estão literalmente abaixo dos níveis do final de ano.

“Não há pressão de oferta. O equilíbrio do mercado, considerando-se a demanda, é de manutenção. Com esse nível de mercado firme em final de mês, as expectativas para o início do próximo são muito boas”, disse Jalles.

Já em Santa Catarina, a Bolsa realizada na quinta-feira resultou em ligeira queda, saindo de R$ 7,34/kg para R$ 7,31/kg vivo. Para o presidente da Associação Catarinense de Criadores de Suínos (ACCS), Losivanio de Lorenzi, o mercado está andando de lado, e em contrapartida, ‘os custos de produção sobem a cada dia”.

“Vemos empresas que cresceram muito de olho nas exportações, e agora com o mercado Chinês importando menos, esta carne está ficando no mercado interno. É lamentável ver a situação da suinocultura independente, cada dia uma paulada a mais”.

No estado do Paraná, Considerando a média semanal (entre os dias 23/09/2021 a 29/09/2021), o indicador do preço do quilo vivo do Laboratório de Pesquisas Econômicas em Suinocultura (Lapesui) da Universidade Federal do Paraná (UFPR) teve queda de 1,33%, fechando a semana em R$ 7,02.

Espera-se que na próxima semana o preço do suíno vivo apresente queda, podendo ser cotado a R$ 6,99.

O mercado gaúcho, que negocia os animais no mercado independente às sextas-feiras, aguarda manutenção nos preços, conforme afirma o presidente da Associação de Criadores de Suínos do Rio Grande do Sul (Acsurs), Valdecir Folador. Na última sexta-feira (24), o Estado registrou aumento de preço do animal, passando R$ 6,79/kg vivo para R$ 6,93.

Fonte: Notícias Agrícolas com adaptações Suino.com