Se a China continuar com as ameaças de impor tarifas de retaliação à soja dos Estados Unidos, as implicações para os produtores podem ser “profundas”, segundo uma nova análise feita por dois economistas do Instituto de Agricultura da Universidade do Tennessee. A informação foi divulgada pelo site Delta Farm Press.

Andrew Muhammad e Aaron Smith, professores do Departamento de Economia Agrícola da universidade, examinam a latente possibilidade de uma possível tarifa de retaliação da China e divulgaram relatório avaliando o impacto à soja norte-americana.

“Nossa análise indica que as exportações podem cair US$ 1,4 bilhão para US$ 7,7 bilhões se uma tarifa de 25% for aplicada às exportações de soja dos Estados Unidos para a China, resultando em uma perda potencial de 33 centavos para US$ 1,76 por bushel”, disseram Muhammad e Smith.

Se as tarifas forem mais altas, as perdas podem ser maiores. “Os produtores de soja do Tennessee já enfrentam margens apertadas”, acrescenta o relatório, “e uma redução nos preços do produtor agravaria a atual pressão financeira”.

O relatório mostra como a China é vital para as exportações dos Estados Unidos, especialmente a agricultura. “A China é um mercado importante para as exportações agrícolas norte-americanas e foi o principal mercado até 2017”, diz o relatório. Em 2017, as exportações agrícolas para a China chegaram a US$ 19 bilhões, com a soja acima de US$ 12 bilhões. As exportações de soja superaram todas as outras commodities agrícolas ou produtos alimentícios.

“Em 2017, as exportações de soja dos EUA foram de quase US$ 22 bilhões. No ano, a China respondeu por 57,3% das exportações dos EUA. ”O México ficou em segundo lugar e a Holanda ficou em terceiro lugar, mas representa um mercado“ sensivelmente menor ”para a soja norte-americana. O México respondeu por apenas 7,4% e a Holanda, apenas 5,1%.

“Embora nada tenha sido implementado desde o dia 16 de abril, as preocupações são latentes na indústria de soja dos Estados Unidos sobre potenciais impactos negativos”, escreveram Muhammad e Smith.

Se o governo chinês por em prática as retaliações prometidas, a soja norte-americana pode perder espaço para concorrentes como o Brasil. “A questão é muito importante porque o setor de soja dos Estados Unidos é muito dependente dos mercados globais, sendo a China o principal destino”, relatam Smith e Muhammad.

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Tradução equipe Suino.com