O pesquisador catalão Lluís Montoliu, cientista de pesquisa do Centro Nacional de Biotecnologia da Espanha (CNB), afirmou que a tecnologia CRISPR democratizou a edição genética. Ele escreveu o livro “Editando Genes: Corta, Pega y Colorea”, onde narra o passado, presente e futuro da questão genética.

Montoliu integrou o uso de CRISPR em seu laboratório em 2013, apenas um ano depois que os cientistas Jennifer Doudna e Emmanuelle Charpentier publicaram seu famoso artigo sobre tesouras moleculares na Science. Ele também faz parte do comitê de ética do CSIC e mantém um relacionamento próximo com Francisco Mojica de Alicante, uma das pessoas mais relevantes da história na área. Na verdade, foi ele quem primeiro descreveu esse mecanismo natural de bactérias e o batizou com o nome que é usado hoje em todo o mundo.

“Isso mudou nossas vidas por vários motivos. Essa técnica é mais versátil e mais simples do que qualquer uma das opções anteriores, mas algo fundamental que normalmente não é levado em conta é que ela é mais acessível. Estamos acostumados com as notícias sobre novos estudos que nos chegam de Nova York, Londres ou Estocolmo”, comenta.

Agora, ele diz que novas ideias podem surgir em qualquer lugar. “Por menos de 1.000 euros, um cientista tem o essencial para começar a realizar esses experimentos. Quem teria imaginado que em muitos países da África a pesquisa sobre variantes de plantas resistentes à seca seria abordada com CRISPR? O baixo custo permitiu sua rápida incorporação em todo o mundo e nos trouxe pela primeira vez a democratização da edição genética”, completa.

Fonte: Agrolink