Embora a colheita nos EUA ainda esteja sendo finalizada, as especulações sobre a área 2021/22 norte-americana vão se intensificando. Tanto a soja quanto o milho vêm registrando um considerável avanço de preços no mercado em Chicago – e a demanda por ambos os produtos, além de outros que são determinantes para o agronegócio do país, se mostra muito forte. Os futuros da soja estão em suas máximas em quatro anos e os do milho, em um.

Dessa forma, o que já se sabe é que a disputa por área nos EUA nesta próxima temporada será aquecida. “Dados os preços, os produtores vão fazer todo esforço possível para plantar cada acre que conseguirem”, disse Mark Jekanowski, chairman do World Agricultural Outlook Board do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) durante a conferência Global Grain nesta quarta-feira (18). A autoridade espera uma área recorde para a safra 2021/22.

No início deste mês, em seu relatório conhecido como Baseline, as primeiras projeções do USDA são de um crescimento de 7% da área destinada à soja nos EUA em relação a 2020, com 89 milhões de acres. Caso seja confirmada, esta seria a terceira maior área norte-americana cultivada com a oleaginosa, ficando atrás de 2017 e 2018.

Em contrapartida, e apesar dos bons preços e da demanda intensificada pelo cereal norte-americano, o USDA espera uma redução de 1,1% na área de plantio do milho no ano que vem.

Assim, somando ambas as culturas, seriam 179 milhões de acres plantados, área que seria a segunda maior do país, perdendo apenas para 2017, quando mais de 180 milhões de acres foram semeados entre a oleaginosa e o grão.

Para o trigo, a projeção também é de aumento da área em quase 4% para 46 milhões de acres. Caso esse número venha a se confirmar, a recuperação viria depois da menor área já semeada com o cereal, quando foram cultivados 44,3 milhões de acres.

Produtividade EUA 2021/22 - AFBF
Estimativas para a área dos EUA de soja (azul claro), milho (azul escuro) e trigo (laranja) Fonte: American Farm Bureau Federation

A demanda intensa deverá ser fator determinante para as decisões dos produtores norte-americanos. “Não há nenhuma indicação de que a demanda vá diminuir em breve”, disse Jekanowski. Mais do que isso, o representante do USDA afirmou ainda que não acredita que as tensões entre China e EUA deverão se aquecer e intensificar e que as compras da nação asiática no mercado americano deverão continuar fortes.

Em entrevista ao Notícias Agrícolas no último dia 11, o consultor de mercado americano Aaron Edwards, da Roach AgMarketing, afirmou que a “a demanda é forte o suficiente para justificar um aumento de área, de produção, e a batalha por acres aqui nos EUA vai ser disputada”.

As projeções do USDA para a produtividade do milho nos EUA na temporada 2021/22 são de aumento para um recorde de 180,5 bushels por acre, 1,2% a mais do que na safra 2020/21. Já para a soja, o departamento espera uma baixa de 2,5% para 50,6 bushels por acre.

Produtividade EUA 2021/22 - AFBF
Estimativas para a produtividade dos EUA de soja (azul claro), milho (azul escuro) e trigo (laranja) Fonte: American Farm Bureau Federation

Fonte: Notícias Agrícolas