O USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) informou boas e grandes vendas de milho para a China nesta quarta-feira (27). Foram 680 mil toneladas da safra 2020/21. Ontem, o anúncio trouxe outra operação com uma venda de mais de 1,3 milhão de toneladas.

O reporte desta quarta traz também uma venda de 258,5 mil toneladas de soja, sendo 132 mil toneladas também para a nação asiática e 126,5 mil toneladas. Nesta terça, também foram informadas vendas da oleaginosa para os chineses.

De acordo com analistas e consultores de mercado, a demanda tem sido o principal combustível para a retomada do fôlego das altas dos grãos na Bolsa de Chicago nesta semana, depois de uma intensa realização de lucros registrada nos últimos dias. Somente do fechamento da última segunda-feira (25) até o momento desta notícia, os preços da soja acumulam alta de 2,08% no contrato março negociado na Bolsa de Chicago – de US$ 13,43 para US$ 13,71 – e de 2,09% no maio – de US$ 13,42 para US$ 13,70 por bushel. No milho, o avanço é ainda mais expressivo – de 4,38% e 3,89%, respectivamente, com as posições março chegando a US$ 5,33 e o maio a US$ 5,34.

No caso da soja, boa parte destas compras chinesas – que são para embarques mais longos, como explica o analista de mercado Eduardo Vanin, da Agrinvest Commodities – se dá por conta do atraso da colheita no Brasil. A oferta ainda não foi efetivamente disponibilizada da nova safra e o tamanho da safra ainda inspira alguma incerteza.

No milho, a demanda chinesa já vem se destacando desde o ano passado, quando suas importações foram recordes e muito maiores do que em temporadas anteriores. A recomposição dos planteis de suínos no país depois do pico mais agressivo da Peste Suína Africana tem sido determinante para o movimento.

De acordo com informações da ADM reportadas à agência internacional de notícias Bloomberg, os futuros do cereal negociados na Bolsa de Chicago registraram um de seus maiores ganhos diários dos últimos anos depois de a China ter feito sua maior compra diária desde julho no mercado norte-americano nesta terça (26), de mais de 1,3 milhão de toneladas.

A trading estima que as importações chinesas deste ano alcancem 25 milhões de toneladas, de todas as origens de onde compra, e com essa curva de crescimento se mostrando bastante sustentável.

Ao mesmo tempo, o representante da ADM, Juan Luciano, à Bloomberg disse ainda que espera que os estoques globais de “tudo”, de milho a soja, leve ao menos de 18 a 24 meses para se reestabelecer. E como afirmou o consultor de mercado e diretor do SIMConsult, Liones Severo, a atual escassez de soja, milho e trigo é a mais ampla dos últimos anos.

Fonte: Notícias Agrícolas