O impacto dos elevados preços das commodities no custo de produção de carnes, financiamento e estratégias de comercialização, além da abertura de novos mercados e legislação para regulamentar a integração nas cadeias de aves e suínos foram os destaques da reunião da Comissão de Aves e Suínos da Confederação Nacional de Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), que aconteceu na manhã desta quarta-feira, dia 3 de agosto, no Hotel Pestana, em Salvador, na Bahia.
Entre as lideranças que participaram do encontro, estavam o representante da UBABEF, Ricardo Gouveia; da Associação Brasileira de Criadores de Suínos (ABCS), Fabiano Coser e da Associação Brasileira da Indústria Produtora e Exportadora de Carne Suína (Abipecs), Jurandi Machado. Também participaram representantes de entidades como a Federação da Agricultura e Pecuária do Ceará (Faec), Júlio Carneiro; Federação da Agricultura e Pecuária de Santa Catarina (Faesc), Valdemar Zanluchi e da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado da Bahia, João Martins. A reunião foi mediada pelo presidente da Comissão Nacional de Aves e Suínos da CNA, Renato Simplício.
A comissão aproveitou a oportunidade do XIV Seminário Nacional de Desenvolvimento da Suinocultura (XIV SNDS), que começas nesta quarta-feira, dia 3, a partir das 14h, para realizar este encontro.

Impacto das commodities e frete no preço da carne
O impacto do novo patamar de preços das commodities no custo da carne é um dos desafios do setor. “Precisamos discutir as problemáticas locais. O Estado de Santa Catarina, por exemplo, produz 80% do milho que consome, mas grande parte desta produção é vendida para fora do Estado”, afirmou o representante da UBABEF, Ricardo Gouveia.
Ele ainda ressalta a falta de infraestrutura. “Estamos defendendo o transporte do milho do Paraná para Santa Catarina através do rio Paraguai, e depois, vamos precisar de investimentos em ferrovias”.
O presidente da Federação da Agricultura do Ceará, Flávio Saboya, também destacou a necessidade de investimentos em infraestrutura. “A Bahia tem uma responsabilidade muito grande no projeto de desenvolvimento do nordeste, principalmente falando da produção de grãos, por isso precisamos de investimentos em infraestrutura, já existe uma reivindicação de dois armazéns da Conab no oeste da Bahia e no Piauí. Não justifica pagarmos um frete que chega a quase 50% do preço final do milho para transportar o milho da Bahia para o Ceará”.
O presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado da Bahia, João Martins, defendeu investimentos em ferrovias. “O governo precisa entender que o transporte mais barato é o ferroviário”.

Legislação
Um projeto de lei sobre a regulamentação dos integrados, apresentado primeiramente na Câmara dos Deputados e mais recentemente, com algumas alterações, no Senado foi debatido pelas autoridades.
“Percebemos que o novo projeto, apresentado pela senadora Ana Amélia Lemos (PP – RS), tem uma preocupação com a questão trabalhista no caso das integradoras. Ela fala bastante em quota parte e não em pagamentos, ela também fala em parcerias. O problema é que o Estatuto da Terra é claro em dizer que não pode haver subordinação e isso entra em conflito com a questão das integrações de aves e suínos”, destacou o diretor executivo da ABCS, Fabiano Coser.
O representante da UBABEF, Ricardo Gouveia, defendeu uma legislação própria para a cadeia produtiva de aves e suínos. “Todos nós somos unânimes em defender a regulamentação do setor”.

Assessoria de Imprensa