O médico veterinário Guilherme Borchardt Neto, gerente Técnico Nacional de Suínos & Aves da Novartis Saúde Animal, debateu o uso de probióticos na suinocultura e destacou que ainda é cedo para afirmar se os probióticos poderão substituir totalmente os aditivos melhoradores de crescimento ou mesmo, em alguns casos, a antibioticoterapia na suinocultura. Contudo, ele mostrou evidências técnicas suficientes para promover uma discussão consistente sobre a eficácia de determinadas cepas de probióticos na modulação da resposta imune dos animais.
“Nas últimas décadas houve um enorme avanço na seleção e produção de bactérias com capacidade probiótica. Ao mesmo tempo, começou a elucidar melhor os mecanismos de ação destas bactérias probióticas. Ação esta que pode ocorrer, seja por ação direta delas com os agentes patogênicos ou por modular a resposta imune do animal”, disse o especialista, que também afirma que em algumas situações há um claro benefício quando ele for utilizado de forma racional e estratégica.

Ele destacou a importância da flora “comensal”, ou microbiota normal dos animais, e apresentou resultados de trabalhos publicados em revistas científicas que apontam resultados positivos na utilização de probióticos específicos e comparados entre si, demonstrando a maior eficiência de cepas específicas.

Neto pontuou melhoras na resposta imunológica, resultando em animais com um sistema imune mais bem preparado, inclusive com redução da severidade de diarréias pós-desmame, por exemplo. “Na prática, os estudos sugerem períodos ideais para utilizar essas cepas probióticas, como antes de desafios: logo ao nascer; antes de estresse: desmame ou saída de creche e antes do parto: na ração pré-lactação.

Entre as características fundamentais de um probiótico, o especialista citou que, para ser efetivo, precisa conter microorganismos vivos com capacidade probiótica comprovada; ser capaz de se manter vivo mesmo após a sua inclusão na água ou na ração; após sua injestão, é necessário que seja capaz de sobreviver a passagem pelo estômago e alcançar o intestino do animal em quantidades suficientes para exercer seu efeito.

“Além da seleção das espécies e cepas de microrganismos mais adequadas, o grande desafio da indústria de probióticos é o de desenvolver tecnologias que possibilitem o uso de microrganismos concomitantemente com moléculas inibidoras do crescimento bacteriano como cloro e antibióticos, usualmente empregados na produção animal”, alertou Guilherme Neto.

Setor reunido no Nordeste
O XV Congresso Brasileiro de Veterinários Especialista em Suínos com o tema “O futuro já começou: Rumo a sustentabilidade” reúne este ano mais de 600 profissionais do setor em Fortaleza, no Marina Park Hotel. O evento debate com técnicos e entidades da indústria e do setor público o futuro da suinocultura no mercado globalizado.
O jantar de encerramento começa às 20h, no Marina Park Hotel, com premiação dos trabalhos científicos e entrega do prêmio Mérito Abraves. Outras informações podem ser obtidas pelo telefone (85) 3023-3108, pelo site www.abraves-nacional.com.brou pelo e-mail abraves2011@abraves-nacional.com.br.

Serviço:
XV Congresso Abraves
Data: de 4 a 7 de outubro de 2011
Local: Marina Park Hotel, Fortaleza, Ceará
Informações: www.abraves-nacional.com.br